segunda-feira, 2 de julho de 2007

Crítica - É pura picaretagem

Muita propaganda e sangue derramado. Poucas informações que interessam ao telespectador. Infelizmente este é o cenário que caracteriza o “TV em Ação” que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 19h00 as 20h30 pela TV Carajás, canal 2, em Campo Mourão. Analisei o programa e cheguei a seguinte conclusão: os apresentadores não sabem ou ignoram a ética no jornalismo e não são transparentes com o que noticiam.

É uma pena. Pois isso para o jornalismo é um pecado e denigre não só a imagem da cidade como também a profissão jornalística e ainda os próprios apresentadores. A falta de respeito ao telespectador é clara quando as matérias policiais ocupam a tela. O sensacionalismo “come” solto.

Dia desses, acompanhei uma matéria em que um motorista colidiu seu veículo e morreu preso nas ferragens. Adivinhem! A equipe de reportagem filmou o sujeito todo “arrebentado” e mandou a imagem para o ar. Pobre de quem viu a cena. Se estivesse jantando então, por certo largaria o prato de lado. Então lanço três perguntas: Como fica a família dessa vítima ao ver tal cena? Como ficam as crianças que estão assistindo aquele canal neste horário? E se fosse um familiar de um dos apresentadores, a imagem iria ao ar?

Estas são perguntas que os próprios apresentadores do programa podem responder. O que posso dizer, é que tal atitude para uns, pode não significar nada e ainda render ibope para a emissora. Em contra-partida, para outros, dói muito. Além dessa, várias outras matérias do mesmo nível vão ao ar diariamente. Como sabemos o sensacionalismo vende, mas chegar a tal ponto de exibir cadáveres no ar é forçado demais.

Saindo do cenário sangrento, parto agora para o da propaganda. O programa é dividido em blocos. Se somarmos matérias e anúncios, com certeza o tempo em que eles fazem propaganda dentro do programa, é muito maior do que o que noticiam. A mídia depende também de anúncios para se manter é claro, mas chegar a tal ponto tira a paciência de qualquer telespectador. É chato e incomoda. Ainda mais se for daqueles anúncios em que o representante da empresa vai ao ar para falar sobre seu produto. Só de pensar dá nos nervos.

Acham que terminei por aí né?! Não, não! Eu não poderia deixar de comentar sobre os erros de português que vão ao ar, é ridículo. Eles (os apresentadores e toda equipe de reportagem), são verdadeiros assassinos da língua portuguesa. Os erros são tão extravagantes que nos fazem rir. O plural não existe e as gafes têm para dar e vender. Gente! Eu não tenho nada contra este programa nem aos seus apresentadores e equipe. Porém, acredito que para fazer um programa de televisão, ainda mais jornalístico, não é para qualquer um: Tem que saber o que faz. Um programa jornalístico não é feito por fulano ou cicrano e sim por um jornalista que deve estar apto à função. Caso contrário não sei se dá vontade de rir ou chorar, porque só sai besteira.

É claro que um programa de televisão por mais que tenha suas qualidades negativas, tem também o seu lado positivo. É o caso deste programa. Tem quadros em que pessoas ganham doações, encontram parentes, pedem ajuda, enfim uma pequena fatia que se salva.

Digo todas essas coisas porque as vejo no dia-a-dia. Vejo-as não por serem boas ou aproveitáveis e sim para refletir e avaliar. Refletir no sentido de que, se eu ou você que está lendo esse texto, não tomar providências como: criticar, exigir profissionalismo, ética profissional, seriedade e transparência, o mercado não vai passar de uma verdadeira picaretagem. Avaliando porque se, eu não souber o que é bom ou o que é ruim, o que está de acordo ou o que precisa melhorar, vou aceitar qualquer coisa que produzirem por aí. (Walter Pereira)

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