segunda-feira, 2 de julho de 2007

Matéria - Rock maringaense vira romance

Foto Alexandre Gaioto“‘Três acordes’ se passa em Maringá porque é a única cidade que eu conheço”, ironiza Nelson Alexandre

Fã de Alan Poe, Charles Bukowski, Henry Miller e Rubem Fonseca, Nelson Alexandre, 31, é mais do que um talentoso escritor de fim - de - semana.

Aos 20 anos, publicava junto com colegas da universidade, poemas no panfleto comunista “Movimento 14 de junho”. Ainda na juventude, a busca pela autenticidade levou Alexandre a atear fogo em seus escritos. “Muita coisa já foi queimada no meu quintal. Muita poesia... A minha maior preocupação era a originalidade, era encontrar a minha voz”

Hoje, Nelson Alexandre parece ter encontrado, finalmente, a sua voz. No ano passado, foi um dos treze paranaenses a ter seu material publicado no livro dos vencedores do Concurso Nacional de Contos Newton Sampaio. O conto “Lance estranho” revela um Nelson Alexandre que não escreve, vomita. Sua literatura punk, crua e intensa rendeu o merecido reconhecimento.

Seus dois livros “Space city”, de contos, e “Penas máximas para delitos mínimos”, de poemas, foram enviados recentemente para a editora londrinense AtritoArt, na esperança de que sejam publicados. Em plena ebulição literária, Alexandre prepara seu novo romance “Três acordes sujos”, que segundo o autor, formam “a base do som bruto”.

O romance com pitadas autobiográficas trará no enredo sexo, drogas, e rock and roll, que, para Alexandre, são temas que fazem parte do contexto do rock e não tem como serem desvinculados. “Os nomes dos personagens serão fictícios”, tranqüiliza o autor Sobre a possibilidade de haver alguma morte no livro, devido à esta mistura explosiva, Alexandre responde maliciosamente: “só se for de tesão”.

Os momentos serão “romanceados” relembrando o cenário independente musical de Maringá durante o período de 1993 a 2002, em que bandas como “Os Provetas”, “Anarcofobia”, “Os Desarmônicos” e “The Guavas” debulhavam os três acordes.

“Vai ser um espelho convexo da realidade. Os nomes dos personagens serão fictícios”, garante Alexandre, que não descarta a possibilidade de tentar obter recursos com a Lei de Municipal de Incentivo à Cultura para a publicação, ainda sem data definida. (Alexandre Gaioto)

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