segunda-feira, 26 de março de 2007

Editorial - Pensando a Universidade

Como estudantes universitários, fazemos parte de uma parcela privilegiada da sociedade brasileira, que cresce a passos de tartaruga rumo ao desenvolvimento de seus jovens, e por conseqüência, de seu povo. Porém foi-se o tempo em que o estudante universitário significava muito mais do que um simples cidadão cursando uma faculdade. As ações estudantis de hoje se esvaziaram de qualquer conteúdo político e comunitário e as universidades passaram de centros acadêmicos para simples instituições de capacitação profissional.
Não é certo afirmar que a juventude de hoje é ‘alienada’, e que 40 anos atrás não era. Até porque todos sofreram com os anos de ditadura. Já o liberalismo econômico de hoje fez e faz a fortuna de muitas famílias brasileiras. Um dos grandes problemas da juventude de hoje é a falta de coletividade, que as próprias universidades não incentivam. São poucas as experiências que as instituições de ensino proporcionam ao estudante de entrar em contato puro e direto com a comunidade. Sem desvios ou interesses. O intercambio de informações e experiências entre estudantes de diferentes instituições também não é valorizado.
Os jovens de hoje tem opiniões tão ou mais formadas e embasadas do que os que militavam nas ruas no final da década de 60. O problema da atual 'passividade' dos jovens brasileiros está na falta de bons exemplos e na frustração daqueles que vêem a política como um mundo onde nada que se planta dá. O excesso de informação ao qual somos expostos, televisão, internet, radio e imprensa também influencia a população a não buscar a verdadeira essência dos fatos.
A função do acadêmico é enxergar e estudar a realidade social de maneira mais crítica e consciente do que simplesmente aceitar o que já vem pronto por parte da mídia. Mas a faculdade hoje, nada mais é do que uma ponte para o mercado de trabalho. Uma instituição de capacitação profissional. E não mais, um verdadeiro centro acadêmico, preocupado em formar intelectuais, no sentido real da palavra.

A universidade era aquela que formava a massa pensante do país, as pessoas que eram formadoras de opinião e de conceitos. Os grandes pensadores, capazes de discutir qualquer assunto com o mínimo de coerência. Eram eles os reivindicadores e revolucionários. Uma verdadeira classe social, a classe dos estudantes universitários. Hoje os grandes intelectuais brasileiros são aqueles que têm a oportunidade de passar por alguma universidade estrangeira, de primeiro mundo, onde a palavra ‘acadêmico’ é elevada ao seu sentido mais verdadeiro. Para mudarmos esta realidade é necessária uma reforma dos conceitos educacionais no Brasil, do primeiro ao terceiro grau. Mas enquanto a classe estudantil não pressionar o governo cobrando prioridade para a educação, ficaremos na expectativa de um futuro cada vez mais sombrio. (Natuza Oliveira - editora da segunda edição)

Crítica - Obrigado Por Fumar

É sempre legal se pensar em título criativo e convidativo quando escrevemos um texto, sobre qualquer que seja o assunto. Porém não precisei utilizar deste artifício para escrever esta crítica, o nome do filme já é o suficiente.
Sarcástico, criativo e inteligente, Obrigado Por Fumar (Thank You For Smoking, 2005) é uma sátira sobre a indústria tabagista que, no filme, se utiliza basicamente do poder da manipulação de informações para conquistar consumidores.
O protagonista do filme é Nick Naylor (Aaron Eckhart), porta-voz das grandes empresas de cigarro norte-americanas, que com sua fala articulada e argumentos muito eficazes (capazes de fazer com que qualquer matemático acredite que 1 + 1 é igual a 3), luta para convencer a sociedade de que seu produto não causa malefícios a seus usuários.
O discurso de Nick é tão inteligente, bem elaborado e cativante que ele consegue não apenas levar as pessoas a acreditarem que o cigarro não é prejudicial à saúde, como também consegue fazer com que o espectador o enxergue como o “bonzinho” da história e os defensores da saúde pública como “vilões”.
O filme ainda faz diversas críticas à sociedade atual por meio de personagens secundários, como uma jornalista que se envolve com Nick e utiliza o sexo como arma para conseguir informações do lobista; um senador corrupto que se preocupa apenas em manter sua imagem; e um agente de Hollywood que aceita $25 milhões para colocar Brad Pitt e Catherine Zetta-Jones fumando glamourosamente em seu filme.
Obrigado Por Fumar é um filme que trata de um assunto polêmico presente em nossa realidade com uma grande dose de humor negro e cinismo, fazendo conceitos julgados pelo senso comum como absurdos, se tornarem motivos de riso.
Com um elenco repleto de figuras já conhecidas no meio hollywoodiano como Katie Holmes, Robert Duvall e Rob Lowe, a película de estréia de Jason Reitman como diretor de longa-metragens ganhou o prêmio Independent Spirit Awards de Melhor Roteiro, e recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro: Melhor Filme – Comédia ou Musical e Melhor Ator – Comédia ou Musical (Aaron Eckhart).
A abertura do filme foi muito bem construída esteticamente, com o visual inspirado nos designs de embalagens de cigarro. A trilha sonora também é ótima e se encaixa com perfeição ao longa, tanto na abertura quanto no decorrer do filme, são tocadas músicas antigas que fazem apologia ao produto tratado.
Um fato curioso e de absoluta ironia a respeito do filme, é que durante seus 92 minutos de duração, nenhum cigarro sequer é aceso.
Inovadora, ousada e extremamente ácida, a comédia com um toque de documentário nos leva à reflexão e à discussão de assuntos como liberdade de escolha, ética, manipulação e o absurdo valor da mídia e do consumo em oposição ao degradado preço da moral humana.
Fica aí uma ótima dica para quem gosta de filmes inteligentes que não são tediosos.
(Fernanda Inocente)

Artigo: Telefone: Um mal necessário

Essa semana tive problemas com uma operadora de telefonia fixa. Recebi uma ligação de uma das empresas filiadas e a atendente tentou me empurrar um serviço que eu não queria. Ela tinha todos os meus dados e sabia o valor de todas as faturas. Mesmo sem a minha autorização o agendamento foi feito e o técnico chegou em minha casa no dia seguinte. Por sorte não tinha ninguém e a segunda linha telefônica não chegou a ser instalada. Na mesma hora liguei para o serviço de atendimento ao consumidor e denunciei o abuso da tal empresa filiada. Tirando esses irritantes acontecimentos não consigo cancelar minha conta e ficar sem esses aparelhinhos que me irritam tanto. Talvez ainda não fiz isso por plena necessidade.
Não tem coisa pior do que você estar assistindo um bom filme na paz da sua casa, quando de repente toca o telefone. Notícia boa nunca vem, nem planos para reduzir sua conta, num primeiro momento até parecem vantajosos, mas só servem para encarecer ainda mais a fatura mensal.
Sem falar nos celulares, esses sim na minha opinião estão no topo da coisa chata. Todo mundo te acha na hora que for e onde você estiver. Não existe mais privacidade. E as câmeras embutidas em quase todos os celulares. Todos os lugares têm alguém tirando uma foto pra mandar pra mãe ou pro namorado. E a guerra entre empresas de telefonia celular é enorme. Toda semana eu recebo ligações de empresas concorrentes da que eu uso. Se eu tivesse aceitado todas as ofertas de celulares grátis pra e mudar de operadora, já poderia até abrir uma loja.
Mais não vejo para um futuro próximo uma solução para isso. Esse é um caminho sem volta, um caminho de invasão total de privacidade, onde as pessoas sabem até quanto você gasta por mês na sua conta de telefone e se acham no direito de impor um serviço inútil pra você sem perguntar nada.
Esse é o preço que pagamos pela tecnologia que utilizamos e cada vez mais vamos ser incomodados para nós comprarmos os serviços e produtos das empresas sem questionar absolutamente nada.
(Rodrigo Pessin Chioderolli)

Artigo: O sucesso já pertenceu às gordinhas

Em um contexto baseado, atualmente, em plena tecnologia estética, jamais conseguiremos absorver a idéia de que era das gordinhas que eles (homens) gostavam mais. Num passado, não muito distante, as rechonchudinhas faziam mais sucesso do que as magrelas. Mas existe uma explicação: somente quem tinha poder aquisitivo elevado na época poderia comer bem e quem não tinha era magro. Hoje as coisas se inverteram, pois quem tem dinheiro procura cada vez mais a magreza através de cirurgias plásticas, spas, academias, cremes. Conclui-se, portanto, que o padrão estético pertence à elite.
Onde se encaixa então todo aquele conceito de que para ser feliz basta ser do jeito que somos? Esse tal conceito se esbarra na chamada auto-estima. Será que todas as mulheres se olham no espelho e ficam satisfeitas? Infelizmente não. Uma pesquisa realizada pela marca Dove, com 3.330 mulheres em 10 países revelou que estrondoso 90% delas gostariam de mudar algo no corpo. Seguindo como “objetos de exemplo” as mulheres de TV, de revistas e anúncios com seus cabelos lisos e sedosos, corpo sarado, seios e bumbum empinados e pele de pêssego, as mulheres (meras mortais) se desacostumam em olhar determinadas imperfeições.
Vivemos, praticamente, um período de ditadura da beleza, da juventude e da magreza, em que olhares e desejos se voltam extremamente às aparências. Em que estas, por sua vez, se encaixam em padrões estabelecidos pela própria sociedade. Mas é exatamente tentando submeter-se a esses padrões que as pessoas encontram alguns dos inúmeros problemas da beleza: as polêmicas anorexia, bulimia e a vaidade excessiva.
Felizmente, há controvérsias. Há diversas mulheres que não estão nem um pouco interessadas em se oprimirem às novidades para melhorar a aparência. São elas morenas, brancas, gordas, magras, com cabelo liso, enrolado. Independente de como seja seu físico, elas são felizes pelo que são por dentro. Um bom exemplo disso é Maria S. de Oliveira, 47, que desfila com sua exuberante cabeleira enrolada, que nunca foi apresentada a uma chapinha e a formol. “Tenho muito orgulho do meu cabelo, da minha pele, pois é assim que eu sou”, diz ela de “boca cheia”.
A felicidade, hoje em dia, está dependendo cada vez mais da beleza, da estética, do artificial. Entretanto, fica difícil manter a auto-estima elevada em uma sociedade cravada por padrões. Um pouco de vaidade não faz mal à ninguém, mas é preciso ter bom-senso, pois como dizem “tudo em excesso, prejudica”.
Sou daquelas que ainda acredita que a natureza entende tudo de estética, e que o precisamos, na verdade, é simplesmente respeitar e valorizar as nossas diferenças.
(Mariana Grossi)

Portas fechadas


O transeunte distraído passa pela rua e não percebe o pequeno ato de vandalismo diante de seus olhos. Mas será mesmo que a pequena porta para o “universo paralelo” não diga muito mais do que apenas uma simples pichação? Ministérios, Bush, violência, desemprego, corrupção, aquecimento global, álcool... Talvez no “universo paralelo” esses sejam temas superados. Onde a paz, o desenvolvimento sustentável, a distribuição de renda, a ética e a felicidade tomem conta dos noticiários. Dirão os conservadores que o texto está incentivando o vandalismo e a marginalidade, no entanto, não serão eles os grandes responsáveis para que inúmeras portas se fechem? Ou ainda, que obriguem a olhar para baixo e continuar o caminho sem enxergar que logo ali temos uma “porta” para outra realidade? (Ivan Nishi)

Notas

Morre o “Jardineiro de Maringá”

Faleceu na semana passada, aos 78 anos o engenheiro agrônomo e florestal, Anníbal Bianchini da Rocha. Bianchini foi o responsável pela arborização de Maringá, trabalho que lhe deu o título de “Jardineiro de Maringá”.

Setran realizará blitz educativa

A Secretaria dos Transportes iniciou mais uma etapa da campanha “Viva e deixe viver”. A campanha pretende conscientizar e educar pedestres e motoristas através de blitzes educativas. Estas blitzes podem ser solicitadas pela comunidade, mas devem ser agendadas com o coordenador de educação no trânsito, Vandré Fernando, na Secretaria dos Transportes.

'Sutilezas' no Teatro Reviver

Está em cartaz, até primeiro de abril, a peça teatral “Sutileza – Alice e Teresas”, no Teatro Reviver, aos sábados, às 21 horas e aos domingos, às 20 horas. Os ingressos são 8 reais inteira e 4 reais para estudantes.

Exposição de computadores na UEM

Começou dia 20 a exposição “História dos Computadores”, no Museu da Bacia do Paraná, no câmpus universitário da UEM. A exposição acontecerá até dia 30 deste mês. Os contatos para visitação devem ser feitos pelo telefone (44) 3261-4324. (Joyce Camanho)

Notícia - Catedral recebe o espetáculo da Paixão de Cristo

Nos dias 4,5 e 6 de abril estará acontecendo na Catedral de Maringá espetáculo da Paixão de Cristo.

Pelo quarto ano consecutivo a Catedral estará apresentando o espetáculo da Paixão de Cristo, que esse ano trará uma novidade especial: será tudo ao vivo. O diretor do evento, Anselmo José, que também é produtor artístico e ilustrador, está muito confiante na aceitação do público e diz que por ser um espetáculo ao vivo a aproximação com o público é ainda maior.
“Apresentar uma história tão bonita e ainda musicalizada, pode-se dizer que é um desafio, mas ao mesmo tempo é uma vontade de estar mais perto do público”, comenta Anselmo. Apesar de considerar que o teatro gravado traz menos complicações na hora do espetáculo com a parte sonora, por exemplo, Anselmo não deixa de afirmar que a novidade é muito mais interessante. “Quando a gente fala da coisa ao vivo, sem duvida nenhuma a gente chega mais próximo do espectador”.
A idéia de se ter um espetáculo na Catedral surgiu com o Padre Julio , antigo pároco da Catedral, e foi se concretizando com a própria comunidade. “Então uniu-se a vontade evangelizadora de levar a palavra de Deus a outras pessoas, ao teatro, que é um instrumento tão fabuloso pra divulgar idéias” diz Anselmo.
As músicas serão interpretadas pela Orquestra Filarmônica e grupo vocal do Cesumar, conduzidas pelo maestro Davi Oliveira. Os atores que estarão participando do espetáculo são todos membros da comunidade. “Jovens, senhores, senhoras, pais, várias famílias estão juntas lá”, diz Anselmo. “Não queremos ganhar um Oscar com isso, mas o simples fato dessas pessoas estarem ali e doarem todo esse tempo para apresentação já é uma vitória pra gente”.
A Paixão de Cristo será realizada nos dias 4, 5 e 6 de abril as 20:00, 21:00 e 20:00 horas.
( Aline Bueno)

Notícia - Matanza reúne centenas de fãs em Maringá

Donida e Jimmy assinando uma camiseta durante a tarde de autógrafos.

No último sábado, foi realizado em Maringá o show mais esperado do cenário alternativo. O Tribo´s Bar recebeu a mais importante banda punk carioca Matanza. O público foi superior a 500 pessoas, incluindo 6 excursões de cidades como Presidente Prudente (SP) e Londrina. “A maioria das pessoas assistiram o show do lado de fora do bar, mesmo assim a galera cantava em coro todas as músicas”, disse Thiago Soares, que estava na portaria do bar.
O Matanza chegou em Maringá às 11 h, depois de fazerem um show em Curitiba na noite anterior. Logo após o almoço os músicos fizeram uma tarde de autógrafos em uma loja no Shopping Aspen Park, onde reuniram fãs que levaram CDs, fotos, camisetas e cartazes.
Donida, guitarrista e compositor, comentou que o show da noite anterior na capital lotou a casa, deixando o lugar quente e abafado. Além disso o teto era muito baixo e o palco pequeno, deixando a situação insustentável. “Tivemos que parar de tocar durante um tempo”, conta o guitarrista.
Durante a passagem de som, os músicos foram avisado que provavelmente o Tribo´s também ficaria lotado. Mas China, o baixista, minimizou a preocupação dos organizadores, dizendo que o local era mais amplo e espaçoso do que em Curitiba.

A banda
O Matanza usa todo tipo de mídia para divulgar seu trabalho. Sempre mandam material pra MTV e o Orkut do grupo é uma de suas maiores ferramentas. “É monstruoso, dá uma força inacreditável”, afirma Donida.
Dentro do grupo, China é considerado o galã e o vocalista Jimmy é quem agüenta a imprensa. Mas, em Maringá, ele não pôde dar entrevista, nem compareceu na passagem de som, pois passou mal devido ao desgaste do show em Curitiba.
A banda também tem muitos fãs infanto-juvenis, como Mago de 12 anos. Ela sofreu um acidente quatro dias antes do show e estava com a perna direita inteira machucada. “Faz um ano que sou fã deles, comprei ingresso para toda minha família, um dia antes do acidente. Vou ter que me contentar com o ensaio”, contou indignada durante a passagem de som.
(Lizandra Cortez Gomes)

Reportagem - Interdição desaloja comerciantes

O desmoronamento da antiga estação rodoviária de Maringá pegou a todos de surpresa. A prefeitura interditou o prédio, deixando os lojistas em “saias justas”

Quem circulou pelo centro da cidade de Maringá no dia 12 de janeiro, presenciou o desmoronamento de uma parte do prédio da antiga rodoviária do município. O incidente aconteceu em virtude da situação precária em que o imóvel se encontrava. Após o acontecimento, a prefeitura interditou o local. Cerca de 45 pontos comerciais foram fechados e dezenas de pessoas ficaram desalojadas.
O prédio foi construído na década de 60 e, desde então, nunca houve uma reforma. Após o desabamento de uma das estruturas metálicas da rodoviária, o condomínio de comerciantes fez uma reunião e concluiu que era necessário reformar o imóvel. Uma nova reunião foi marcada para o dia 7 de fevereiro, porém um dia antes, a prefeitura interditou o local.
Segundo um comerciante que não quis ser identificado, a prefeitura interditou o prédio alegando que poderia haver novos desabamentos. O resultado do laudo apresentado pela consultoria, contratada pela prefeitura, constatou que o imóvel encontrava-se em estado adiantado de deterioração, colocando em risco a integridade física das pessoas que circulavam pela área. Entretanto, o laudo apresentado foi feito em 3 horas e meia, baseado apenas em fotos.
De acordo com o comerciante, o condomínio pediu ao engenheiro civil e professor da UEM, Antonio Carlos Peralta, que fizesse um novo laudo. Essa nova avaliação mostrou que a única área com problemas era a estrutura metálica, a qual havia sido construída anos após a rodoviária e que a estrutura original é uma das mais seguras de Maringá.

Revolta
Os comerciantes estão revoltados por terem sido tirados de seu ambiente de trabalho de forma abrupta, sem tempo para se programar. “Ficamos sabendo através da imprensa que a rodoviária tinha sido interditada”, disse o comerciante. “Chegamos para trabalhar e não podíamos mais”, acrescentou.
O comerciante Reginaldo França, afirmou que a prefeitura comprometeu-se a conseguir lugares na cidade para que pudessem abrir novamente suas lojas. Promessa que ainda não foi cumprida.
Segundo o lojista Marcos da Silva Pereira, assim que ocorreu o desmoronamento, todos os vendedores tiveram que desocupar o prédio. “Tivemos que sair da rodoviária por conta própria. Não recebemos nenhum apoio por parte da prefeitura, nenhuma indenização, além de não nos disponibilizarem nenhum lugar para nos mudarmos. Se dependêssemos do prefeito morreríamos de fome”, disse.
Outro comerciante, Salam Cassado, se mudou para um novo ponto comercial. Casado está revoltado com a situação desconfortável em que todos os vendedores ficaram. “A prefeitura não nos ajudou em nada. Só estou tendo prejuízos. Na antiga rodoviária eu pagava R$500, aqui eu pago R$1.100 por mês, o aluguel é muito caro. Lá eu vendia mais, aqui o comércio é mais parado”, lamentou.
O condomínio da antiga rodoviária tentou marcar uma reunião com o coordenador de Políticas Urbanas e Meio Ambiente, Guatassara Boeira, mas ainda não foram atendidos. Boeira também foi procurado pela reportagem do Inconstrução, mas não foi encontrado.
(Fabiane de Souza e Lívia Miranda)

quarta-feira, 21 de março de 2007

Editorial - Recepção ao leitor

Caro leitor!

Fico honrado e contente em já fazer parte de uma revista eletrônica no meu 2º ano de Jornalismo.
Quero te receber como um leitor especial e tenho certeza de que gostará muito do nosso trabalho. Atentos ao que acontece em nossa cidade, procuraremos trazer matérias interessantes de cultura, política, economia, saúde, esporte, ciência e entretenimento, além de artigos, crônicas e críticas.
Você poderá conferir a nossa edição a cada semana. Os assuntos do nosso blog serão renovados sempre aos domingos.
É nosso compromisso desempenharmos com todo esforço a tarefa de coleta e apuração dos fatos que traremos até você, sempre com o acompanhamento dos nossos professores de Técnica de Redação.
Inconstrução significa para nós a construção do nosso aprendizado, voltar o nosso olhar para dentro dos fatos e procurar enxergar em cada notícia o máximo de ângulos possíveis.
A nossa responsabilidade agora não é só mais de sala de aula, cumprir tarefas passadas pelos professores, mas sim com todas as pessoas que estarão envolvidas em cada uma de nossas matérias (as fontes) e com o leitor, que merece ser tratado com respeito, tendo sempre notícias sérias e verdadeiras para ler.
Espero que goste do nosso periódico.
(Marco Aurélio Passarello - Editor-Chefe da 1ª edição)

Notícia: Galo Maringá estréia com vitória na segunda fase

Neste fim de semana, começou a segunda fase do Campeonato Paranaense. Jogando no Willie Davids, o Galo Maringá venceu o Cascavel por 1x0, com gol de Warley, e é o líder do grupo A com 3 pontos.
Na segunda fase as oito equipes estão divididas em dois grupos de quatro equipes, no grupo A estão: Galo/ADAP, Coritiba, Paraná, Cascavel. Já no grupo B: Atlético, Cianorte, Paranavaí, Rio Branco.
O J.Malucceli perdeu o processo no Tribunal de Justiça Desportiva e o jogo, que estava sob júdice, terminou empatado em 1x1 com o Galo/ADAP. Com a manutenção do resultado, o J.Malucceli não conseguiu os pontos e a vaga acabou ficando com o Cascavel, que terminou a primeira fase na oitava posição.
O time do Galo/ADAP espera conseguir uma vaga para a Série C, e para isso precisa ficar entre os três melhores do campeonato, descartando o posicionamento dos três grandes da capital: Paraná, Coritiba, Atlético. Estes times já participam do Campeonato Brasileiro, da primeira e da segunda divisão.
Nos outros jogos da rodada, Paraná e Coritiba jogaram no Couto Pereira e empataram em 2x2. O Cianorte recebeu o Atlético e acabou perdendo de 3x1 e o Rio Branco empatou em 0x0 com o Paranavaí.
Estrutura
A estrutura do Galo/ADAP está chamando a atenção em todo o Brasil, pois o sócio-torcedor faz com que toda a torcida participe de todos os jogos em Maringá, com a possibilidade de ganhar prêmios como camisas do clube e bonés. A diretoria está buscando parceria em outros países como, por exemplo, a Alemanha, e com elas, o time e a cidade devem ganhar projeção nacional e internacional.
(J.C.Ortiz Júnior)

terça-feira, 20 de março de 2007

Crítica - Maringá também é rock

Dia dez de março de 2007, mais uma vez a Panelinha Produções trouxe um grande show de rock alternativo para Maringá. A banda da vez foi a paulista Ludovic. Um show aguardado por muitos e que não desapontou a ninguém. Mesmo com a forte chuva, o público maringaense compareceu ao Tribo’s Bar.

Além do Ludovic, apresentaram-se a banda maringaense A Sexta Geração da Família Palim do Norte da Turquia e a londrinense Silêncio.

Por volta da uma hora da manhã, a primeira banda – A Sexta Geração da Família Palim do Norte da Turquia - subiu ao palco. Show insano. Nunca vi o público maringaense tão ativo no show dos caras. Elogios de todas as partes marcaram o show da Família Palim. Como sempre o momento mais aguardado do show não deixou a desejar. Sempre que os Palins tocam “A Burkha” coisas bizarras acontecem, dessa vez não foi diferente. Invasores de palcos, guitarras ao chão, banda no lugar do público e público no lugar da banda. Aconteceu de tudo no auge da insanidade do show da banda maringaense, que fechou com chave de ouro e deixou a próxima banda em uma situação complicada.

A Silêncio, que subiu ao palco depois dos Palins, sofreu com o desgaste físico do público – menos de um gordinho de cinza que incansavelmente tentava agitar a galera. Apesar disso, a banda não se intimidou e mandou várias de suas composições. O show foi bem legal, as músicas dos caras são bem bacanas, porém, tocar depois daquele show que os Palins fizeram não era para qualquer um. Regados a Ypióca, a Silêncio terminou o show, também arrancando elogios de várias partes. Inclusive da equipe Garagem que recebeu agradecimentos sinceros de Tiago Ponti, pelas “últimas palmas”.

Para fechar a noite, subiu ao palco a tão aguardada banda paulista Ludovic. O público já esperava algo insano, isso porque nos cartazes havia frases que definiam o show como “o mais perigoso do rock nacional”. Era tudo verdade. Jair Naves, vocalista da banda é louco. O público ao vê-lo em cima do palco, também ficou louco.

Jair Naves arrancou pedaços do palco, quase quebrou cadeiras, subiu em cima da bateria e quase agrediu os companheiros de banda. Deitou, rolou e ajoelhou em cima do palco. Saiu e voltou para o palco umas cinco vezes, com direito a uma volta em torno do bar em uma das vezes. O Ludovic encerrou a noite tirando suspiros de todo o público maringaense. O show do Ludovic é simplesmente indescritível.

Quando todos pensavam que a noite havia acabado, eis que surge Flávio Silva com a sua discotecagem dançante. Júlio, baterista do Ludovic, fez um show à parte. Empolgado com as músicas que Flávio Silva tocava, o baterista encarnou o Michael Jackson e dançou até às sete horas da manhã, levando ao delírio algumas garotas que, indignadas, fitavam o rapaz. (Thiago Oliveira)

domingo, 18 de março de 2007

Notícia - PIRATARIA CAUSA PREJUÍZOS EM MARINGÁ

A pirataria vem crescendo nos últimos anos. A procura por produtos pirateados é imensa e só tende a aumentar. Em contrapartida, a venda desses produtos ilícitos tem causado uma enorme crise em diversos setores do Brasil e do mundo. A situação não é diferente em Maringá, onde os comerciantes reclamam da concorrência desleal dos camelôs. Aparelhos eletrônicos, roupas, calçados, CDs e DVDs estão entre os produtos mais pirateados.

Em Maringá, as salas de cinema dos shoppings não têm duvida de que o crescente comércio de DVD’s piratas está prejudicando as vendas de ingressos para os filmes. A gerente do Cine Avenida Center, Adriana Vendramini, estima uma queda anual de 2% a 5%, pois muitas vezes o DVD pirata acaba saindo mais barato do que uma entrada para o cinema.

A pirataria leva os filmes à casa do publico praticamente junto ou até mesmo antes que a estréia no cinema. Dessa forma quando o DVD é lançado, muitas pessoas já assistiram e na maioria das vezes não foi no cinema. A estudante de moda, Ana Paula Martinez diz que já faz anos que não vai ao cinema. “Com os DVD’s tão baratos não vejo necessidade de pagar uma entrada de cinema, assisto os lançamentos dos filmes no conforto da minha casa e pagando o mesmo preço ou ainda menos”.

Eduardo Becker trabalha na locadora Art Vídeo e está confiante na guerra contra a pirataria. “Acredito que agora vai melhorar um pouco, denunciamos varias locadoras que faziam uso de DVD’s piratas. A policia federal fez um trabalho muito bom”.

Quem anda pela Avenida Brasil, a mais movimentada do centro de Maringá, pode observar o comércio livre de produtos piratas. Os camelôs ficam com seus produtos expostos nas calçadas. Mesmo não sendo considerados criminosos pelas pessoas, esses vendedores acabam prejudicando os comerciantes dos produtos que estão sendo pirateados, já que a concorrência de preço é desleal e as pessoas acabam sempre optando pelo produto mais barato. (Vanessa Bononi)

Notas

Feira de Produtos para formatura passará por todas as faculdades de Maringá

A Feira de Produtos e Serviços para Formaturas estará expondo seu material nas instituições de ensino superior de Maringá até o final de abril. A exposição conta com 28 estandes. No dia 22 de março, a exposição estará na Uningá e no dia 27, na Faculdade Nobel. Em abril, estará no dia 3 na Uniandrade, no dia 10 na Unifamma e no dia 19 na Faculdade Cidade Verde.

Bailarino traz projeto de companhia de dança para Maringá

Sergio Oliveira, bailarino do teatro Guaira, traz um projeto para Maringá destinado a meninos. Esse projeto é gratuito e tem como objetivo criar uma companhia de dança em Maringá. As inscrições estão abertas na secretaria da Academia Nielice Camargo para meninos de 4 a 28 anos.

Dengue faz mais de 250 casos

Um surto de dengue assusta a população maringaense. Já são mais de 250 casos confirmados na cidade. Agentes de saúde fazem arrastão nos bairros com maior índice da doença. A Vila Operaria aparece na liderança com 76, em seguida vem Jardim Mandacaru com 50 casos.

Iniciativa privada faz projeto para preservar Parque do Ingá

A Prefeitura de Maringá pretende abrir este mês licitação para contratar uma empresa de consultoria que trace planos sobre a exploração do Parque do Ingá pela iniciativa privada. O projeto está em fase de elaboração, por equipes multidisciplinares de pesquisadores e cientistas da cidade - a maioria, professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O plano está sendo elaborado gratuitamente. (Thabata Furtado)

Reportagem - Aumenta em 40% número de convocados no Serviço Militar

Quem passou em frente ao Tiro de Guerra em Campo Mourão (TG 05-019), entre os dias 26, 27 e 28, certamente notou a movimentação de jovens no local. É que nesses dias, apesar dos problemas de infra-estrutura que o TG enfrenta, foi realizada a seleção do efetivo de 2007.

Este ano, de acordo com o chefe de instrução, sargento Schimanski (que preferiu não dizer o primeiro nome), houve um aumento de 40% do número de jovens convocados para fazer a “seleção final”. Conforme o sargento, nos anos anteriores, eram escolhidos entre 190 a 200 jovens para a inspeção. Neste ano, o número de selecionados chegou a 280; destes, 100 irão prestar o serviço militar. Para facilitar a seleção dos atiradores, Schimanski dividiu o efetivo geral - 280 - em 3 turmas de cerca de 93 jovens. As entrevistas ocorreram de segunda a quarta-feira. Pelo menos 20 não compareceram.

Conforme o sargento, os faltosos deverão se apresentar novamente à Junta de Serviço Militar e terão que pagar uma multa ‘simbólica’ que varia de R$ 2 a R$ 3. “Aquele que faltou deverá refazer todo o procedimento necessário, inclusive a inspeção de saúde. É como se ele estivesse se alistando novamente. Ele pode se apresentar tanto este ano quanto no ano que vem, mas vai ter que se apresentar. O que importa é que ele está em débito com o serviço militar”, esclarece.

Os 100 atiradores aptos a cumprir o serviço militar, já começaram as instruções no início deste mês. Preocupado com o rendimento dos atiradores, o TG trouxe em 2005 uma novidade que rendeu frutos, segundo Schimanski. A instituição mudou o horário das instruções que passou de 5h30 a 7h30, para 17h00 as 18h50.

“A mudança de horário influenciou muito no rendimento do atirador. Ele vem mais disposto para as instruções. No horário antigo – das 5h30 a 7h30 - o jovem chegava aqui cansado com sono, pois, estudava até tarde e dormia pouco. Isso atrapalhava seu rendimento, tanto nas instruções quanto no seu trabalho e estudos. Já no novo horário – das 17h00 as 18h50 - ele já está acordado e atento. Sai do seu trabalho já a caminho do Tiro de Guerra e sua produção rende muito mais”, frisa. De acordo o sargento, apenas dois Tiros de Guerra adotaram este novo horário: o de Campo Mourão e de Umuarama.

No caso dos dispensados por excesso de contingente, eles irão fazer um juramento diante da Bandeira Nacional que será realizado sob responsabilidade da Junta do Serviço Militar. A solenidade acontece no dia 20 de abril, na Praça São José. “Este juramento à Bandeira Nacional, é um ato onde os dispensados se comprometem a defender a honra, a integridade e as instituições de nossa Pátria, caso necessário com o sacrifício da própria vida”, explica.

Schimanski explica que cada município da região da Comcam tem sua junta para fazer o alistamento militar. Um jovem de Mamborê, por exemplo, se alista na própria cidade. Segundo Schimanski, os que vão servir no Tiro de Guerra são apenas jovens de Campo Mourão. Aquele que mora na zona rural, mesmo sendo do município, automaticamente não vai servir. “Vai servir apenas os que moram na zona urbana, pois quem reside na área rural não recebe salário e nem vale transporte para se locomover ao Tiro de Guerra. Inclusive, já oriento os que estudam fora que se alistem na cidade onde vão estudar”, frisa.

Voluntários - Segundo o sargento Schimanski os selecionados para servir o Tiro de Guerra são na maioria voluntários. Para que o convocado selecionado possa servir, antes a equipe responsável pela seleção verifica tudo o que pode prejudicá-lo.

“O papel do Tiro de Guerra não é prejudicar ninguém, pelo contrário, ele ajuda na formação do cidadão envolvendo-o nas atividades que a comunidade realiza. Por isso digo que o Tiro de Guerra é muito importante para nós e principalmente para os que estão servindo. Para fazer parte do TG não basta apenas ser voluntário, mas também vontade de fazer o certo e de ajudar a sociedade” diz Schimanski. “Ao servir o Tiro de Guerra, o atirador além de estar cumprindo o seu dever – o de prestar o serviço Militar que é obrigatório – estará também ajudando a si próprio, pois, estará contribuindo com a sociedade onde vive. É preciso a boa vontade de todos”, reitera.

No entanto, prestar o Serviço Militar é uma tarefa que está fora de alcance para muitos, independente da vontade de servir ou não. Alguns jovens são dispensados por problemas de trabalho, residir em outra cidade da região ou até mesmo por problemas familiares.

É o caso de Fabio Dubay Cru, 21, que mora em Roncador. Dubay, que não foi voluntário, explica que para ele seria difícil servir o Tiro de Guerra, pois mora em outra cidade e é impossível conciliar o trabalho com o horário das instruções. “Não sou voluntário porque não tenho condições mesmo. Até já pensei em prestar concurso para seguir carreira no Exército, no entanto preciso ter condições”, explica.

Para Gledson Diogo, de 19 anos, a situação não é diferente. Diogo comenta que precisa trabalhar, por isso não foi voluntário. O jovem que mora em Campo Mourão admira o trabalho realizado por esses “homens da pátria”. “Não ser voluntário não quer dizer que não gosto de prestar o serviço militar. Para estar aqui preciso de condições para realizar minha função da melhor maneira possível e não tenho estas condições. Eu trabalho e por isso não fui voluntário”, comenta.

Conforme Schimanski, entre as razões que mais impedem certos jovens de servir está o emprego. “Na maioria das vezes os horários não batem e não podemos tirar o jovem do emprego para colocar aqui. Além do mais eles não têm remuneração alguma”, frisa.

Se de um lado há os não voluntários de outro há também os voluntariados que se dispõem em servir a pátria. Exemplo disso é Robson Fernando Teixeira, 18. O estudante, que reside em Campo Mourão, explica que desde criança já esperava prestar o serviço militar.

“É bom poder ajudar a pátria, pois estou cumprindo com o meu dever e papel de cidadão brasileiro. Admiro o papel do Tiro de Guerra e sua importância para a sociedade, acho que ele transforma a gente. Acredito que não sairemos do TG, do mesmo jeito que entramos. Sou voluntário e pretendo ingressar no Exército”, conclui.

Entre os dispensados sempre há aquele que comemora por ter “escapado” de servir. No entanto, para o jovem Willians Monteiro Basílio, de 19 anos, não há o que comemorar. “Infelizmente não pude ser voluntário. Tenho vontade de servir, mas não posso, preciso do meu trabalho”, comenta.

Basílio, que mora em Araruna, explica que a vontade em servir, o acompanha desde criança. Para ele, ingressar no serviço militar, independente de ganhar ou não uma remuneração. Seria um gesto de quem quer realmente colaborar com a pátria. “Vejo o Tiro de guerra como uma escola, creio que aprendemos muito por aqui. Acho bonito o serviço que o TG presta para a comunidade. Gostaria de servir para poder ajudar um pouco também. Acho que todos nós precisamos nos preocupar em colaborar uns com os outros e o Tiro de Guerra sempre está dando de si para ajudar”, finaliza Basílio. (Walter Pereira)

Box: Critérios para prestar o serviço militar

Os “servidores da pátria” deverão seguir alguns critérios para prestar ou não o serviço militar. O processo de seleção começa pela inspeção de saúde.

A inspeção é feita por um médico que avalia algum fato, acidente ou doença contagiosa que o recruta tenha adquirido à partir de uma última inspeção que é realizada no mês de outubro por um médico militar.

Caso o jovem alegue algum problema que o impeça de praticar exercícios físicos ou realizar atividades impostas a ele e isso fique comprovado pela consulta médica, ele não prestará o serviço militar. Pode acontecer também do candidato alegar algum problema e não comprovar. Neste caso o médico fará um exame parcial como braços, ombros, entre outros. Se o diagnóstico não constatar nenhum problema ele será considerado apto.

“Ainda não quer dizer que ele vai servir. A partir daí o jovem passa por uma entrevista. Nesta entrevista temos um fichário preenchido antecipadamente por ele. Na ficha o jovem cita seu convívio com a família, se estuda ou não, se trabalha, se ajuda a família com despesas da casa, se o Tiro de Guerra vai atrapalhar no seu emprego. Investigamos também o seu comportamento na sociedade, se tem conhecimentos de produtos tóxicos como drogas. Procuramos avaliar se ele consome ou se ele apenas viu ou já ouviu falar. Não quer dizer que nossa análise vai constatar se ele consome drogas, mas a nossa experiência com mais de 20 anos de quartel já dá para ter uma idéia de como é, ou seja, se vai ou não ser uma pessoa prejudicial para o TG”, explica. “Tem também caso de proprietários que demitem estes rapazes por estarem Tiro de Guerra. Alegam que isto irá atrapalhar no rendimento deles na empresa. Mas o fato do jovem estar trabalhando, não quer dizer que ele não vai servir. São apenas considerações que levamos em conta”. (WP)

Box - Como ingressar na carreira militar

De acordo com sargento Schimanski, o fato de o cidadão prestar o serviço Militar no Tiro de Guerra, ou numa organização militar da ativa onde o recruta serve 24 horas por dia - não significa que vá seguir a carreira Militar.

Segundo Schimanski, independente de estar no Tiro de Guerra, na ativa ou na vida civil, o interessado em seguir carreira no Exército, Aeronáutica ou Marinha deverá que prestar concurso. “Sempre divulgamos os concursos quando há inscrições. O que pode acontecer é que o indivíduo estando no Tiro de Guerra, terá maior acesso às informações sobre essas datas”, esclarece. “Geralmente quando há concursos procuramos incentivar o interessados em se inscrever. No entanto, é preciso estudar muito porque são muito exigentes”, aconselha.

Schimanski acredita que o Serviço Militar é um momento muito importante para que o jovem dedique um período da sua vida à pátria. “Ele vai aprender muita coisa a respeito. Saberá o que é ser um cidadão patriota e vai melhorar muito o seu condicionamento físico. Além de fazer muitas amizades, vai ter um conhecimento amplo do seu município, pois vai participar de campanhas através das festas que a cidade promove”, finaliza.(WP)

Notícia - Tendências que aquecerão o inverno

Após semanas de desfiles (Fashion Rio, São Paulo Fashion Week, Nova York, Londres, Milão, Paris), as tendências para o inverno 2007 estão lançadas. O foco principal foi a praticidade do dia-a-dia: as influências que o street-wear e a cultura urbana exercem sobre a moda.

As mulheres devem apostar em roupas pretas e cinza. A pele volta com toda a força. Para as ecologicamente corretas a dica é investir em peles sintéticas. Nas lãs a tendência é a mistura com outras matérias- primas. As bermudas continuam sendo peças importantes no guarda-roupa, podendo ser usadas com botas de cano alto, assim como as saias e os shorts, que se tornaram míni.

Os vestidos, queridinhos do verão, continuarão sendo peças-chave. As sobreposições ganharam originalidade com casacos de manga curta e coletes. O xadrez continua sendo uma boa dica de estampa. O tricô teve seus momentos de glória nos desfiles: com tramas grandes e tramas clássicas. O brilho é outro item que não pode faltar, seja em tecidos metalizados, paetizados, com cristais ou com glitter. As plataformas continuarão sendo usadas, agora com meias opacas.

As coleções masculinas seguem algumas tendências da moda feminina: o preto e o cinza como cores dominantes, a utilização das peles (em moletons e mantôs ou em detalhes como golas, capuzes e mangas). Parkas e jaquetas têm tudo para continuar sendo hits da estação. (Mayara Gasparoto Mendes)

Fotolegenda


Em Maringá, existem cerca de 1.300 bailarinas, e apenas 7 bailarinos. É um numero bastante desproporcional. Tendo isso em vista, o bailarino profissional Sérgio de Oliveira está agora em Maringá, oferecendo um curso de formação avançada para rapazes, e também junto com a Academia Nielice Camargo, está organizando um projeto chamado Na Ponta dos Pés. Podem participar desse projeto garotas e rapazes a partir de 4 anos. Segundo Sérgio, Maringá é um grande centro, e precisa de uma companhia de dança, principalmente para mostrar a cultura da cidade e levá-la pra outros lugares através da dança. (Beatriz Kathleen Romão)

ENTREVISTA - “MARINGÁ PRECISA DE UMA COMPANHIA DE DANÇA”


O bailarino e coreógrafo Sergio Oliveira, 43, foi solista do Ballet Teatro Guaíra e se apresentou na Europa e América Latina. Recentemente ele se mudou para Maringá e, aqui, quer formar uma companhia de balé para meninos.

“Maringá é a bola da vez”, comenta Oliveira sobre a grande chance de poder capacitar ótimos profissionais do balé clássico em um curso intensivo, para que no futuro atraia pessoas de fora do Estado e até mesmo do país, interessados nos espetáculos da cidade.

Em entrevista, Sergio Oliveira diz que o preconceito da sociedade afasta o homem do balé. Maringá possui apenas 7 bailarinos espalhados pelas academias, isso faz com que haja uma perda no brilhantismo de se poder assistir, por exemplo, um pas-de-deux (duos mistos). (Amanda Amaral)

Amanda – Quem é Sergio Oliveira?

Sergio - Bailarino, coreógrafo e professor de dança. Danço desde os 14 anos, o que é considerado um pouco tarde para o balé clássico. Sou nascido em Umuarama, mas fui morar em Londrina para fazer o curso de Educação Física da UEL. Perto do pensionato em que eu morava tinha uma academia de dança. E foi lá que eu comecei fazendo jazz. Por causa do preconceito, Fiz um ano de dança sem que minha família soubesse. Mas depois meus professores e colegas me incentivaram a continuar na dança, então parti para o balé.

Amanda – E esse projeto de formar uma Companhia de dança para meninos?

Sérgio – O projeto visa acabar com a idéia dominante que balé é coisa feminina. Temos que começar a mostrar o lado gostoso do homem dançando com a mulher.

Amanda - Você sempre gostou de dançar?

Sergio – Sim. Quando adolescente sempre me trancava no quarto para dançar, participava de campeonatos de dança. A dança sempre esteve em mim, mas eu não podia falar a ninguém sobre essa minha paixão.

Amanda – Como você chegou ao Teatro Guaíra?

Sergio - Com dois anos de dança eu comecei a mandar currículos. E ao mesmo tempo fui aceito no Teatro Guaíra e no Teatro Colombo que fica em Buenos Aires. Em 6 anos, com muito esforço e dedicação, consegui virar solista do Teatro Guaíra.

Amanda – Por que a escolha de Maringá para esse seu novo projeto de carreira?

Sergio – Primeiro porque minha família é daqui. Depois de deixar o Teatro Guaíra fui para Europa e, quando voltei ao Brasil viajava direto a trabalho. Então resolvi ficar mais perto da minha mãe que já está velhinha. E também, Maringá sendo uma cidade com 300 mil habitantes, ainda não possui nenhuma companhia de dança. A escolha da Academia da Nielice Camargo se deu pelo fato dela ser minha amiga e, sempre me convidava para dançar.

Amanda – E Maringá já tem um público que acompanha espetáculos de Balé?

Sergio – Realmente ainda não tem. Mas a partir do momento que se forma uma companhia de dança de qualidade, forma-se também um público.

Amanda – A preparação de menino e menina é diferente?

Sergio - Sim. Os meninos recebem um outro tipo de técnica e precisam fazer musculação. Mas é interessante terem aulas junto com as meninas.

Amanda – Então que tipo de meninos você está aceitando para a formação dessa Companhia?

Sergio - Meninos a partir de 4 aos 28 anos. Independente de raça, cor ou religião. Quero lembrar que as aulas são gratuitas.

Amanda – Você arriscaria um palpite de tempo para que a cidade comece a ter bons espetáculos e atraia mais pessoas?

Sergio - O grande problema é dinheiro. Tudo vai depender se vamos conseguir algum “paitrocínio” Bons espetáculos na cidade poderá atrair concursos e, consequentemente, reconhecimento.

Serviço: Telefone para contato: (44) 3025 4776.

notícia - Ensino Fundamental de oito para nove anos

Sancionada em 06 de fevereiro de 2006, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei n° 11.274, que consiste na ampliação do Ensino Fundamental de oito para nove anos, começou a ser aplicada este ano nas escolas particulares e têm até 2010 para se regularizar nas escolas públicas.

A educação tem como princípio a formação e o desenvolvimento em todas as dimensões do ser humano. Promove o progresso social, sendo essencial para a constituição da cidadania e assegurando a inclusão social que traz como conseqüências positivas uma melhoria na qualidade de vida, na produtividade e na renda do país.

O Ministério da Educação (MEC) exige que cada município e supletivamente, o Estado e a União, deverá matricular todos os alunos, a partir dos seis anos de idade, no Ensino Fundamental.

Segundo o MEC, se a criança tiver seis anos de idade incompletos, deve entrar diretamente na segunda série, caracterizando um procedimento de "não retrocesso no sistema educacional".

No entanto, se a criança cursou o último ano da pré-escola com menos de seis anos de idade, o MEC orienta que o ingresso no ensino fundamental seja feito na primeira série, já que o trabalho desenvolvido no primeiro ano é uma ampliação do que foi desenvolvido na Educação Infantil e não uma repetição.

A assistente do Núcleo Regional de Educação de Maringá, Vera Lúcia Aparecida Baroni, afirma que a medida aplicada consiste basicamente em colocar um número maior de alunos nas escolas. O motivo seria porque as crianças que irão para as escolas públicas normalmente saem das creches com seis anos e ficam até os sete anos de idade sem lugar para freqüentar.

“O prazo é satisfatório. Mas é necessário pensar que não é apenas um ano a mais. É uma reconfiguração do modo de como ensinamos. É ingênuo pensar que amanhã chegaremos à perfeição. A realidade é que as escolas necessitarão testar, depois remodelar e remodelar novamente para promover uma mudança de qualidade conforme promovemos as competências dos alunos. Sem desmerecer o aluno que recorre para não perde um ano, até porque esse aluno já está alfabetizado, e não deve pagar pela mudança que o Governo estipulou às escolas”, comenta o coordenador do Colégio Marista de Maringá. (Tânia Caroline)

Crônica - A dura vida de morar sozinho

Quando completamos 18 anos, parece uma necessidade sairmos da casa dos pais, seja para estudar ou apenas sermos livres. Surge, então, a responsabilidade de nos cuidarmos sozinhos.

Muitos jovens que saem para estudar não se tornam totalmente independentes, pois sempre recebem por trás a ajudinha dos pais, seja no pagamento da mensalidade da faculdade, aluguel ou contas pessoais (que é o meu caso). Mas o gostinho de ter um cantinho só para nós, já faz toda a diferença.

Em muitos casos, há pais que não conseguem ajudar o filho a pagar o estudo e esse jovem tem de arranjar um emprego. Neste caso, torna-se mais responsável consigo mesmo, aprende o que é o esforço para se auto-sustentar e dá mais valor a tudo o que conquista. Esse tipo de responsabilidade faz com que o jovem amadureça mais rapidamente.

Ao contrário, o jovem que sai da casa dos pais só para estudar, não passa por tantas dificuldades, mas não quer dizer que ele também não cresça. Longe da família, é preciso aprender a cozinhar, limpar a casa, lavar a roupa e isso também nos ajuda a amadurecer.

Ao longo da minha adolescência, sempre li artigos e matérias sobre jovens que saíram de casa, pois precisavam ser livres. Eles contavam como era bom estar longe dos pais e não ter de seguir as regras da família, chegar em casa na hora que quisessem e não ter a quem dar satisfação. Eu, então, sempre quis terminar o segundo grau e sair da casa dos meus pais para me tornar livre, ter a minha vida.

Eis-me aqui, agora, com 18 anos, fora da casa dos meus pais, e não é tudo aquilo que eu li, não!

Pode ser que agora eu não siga regras, e digamos, que faça o que eu quero, mas ninguém mencionou nas matérias como é difícil manter uma casa limpa, roupa lavada e passada, que nós sentimos saudades dos pais, ficamos deprimidos sozinhos e que amigos não são iguais a família.

Porém, criamos juízo e aprendemos que vida de adulto não é nada fácil. Daí então, percebemos que viver com os pais não era uma prisão, que eles não são tão chatos como achamos e que todas aquelas brigas, porque chegamos tarde da rua, eram apenas por estarem preocupados conosco e que não valeu tanto a pena todos aqueles gritos “Ah! Eu quero ser independente”. (Ana Cláudia Covo)

crítica – Cidade de Deus

Cidade de Deus, lançado em 2002, foi apenas o segundo filme do diretor Fernando Meireles.

O filme é narrado pelo personagem Buscapé, um jovem negro e pobre que vive na favela da Cidade de Deus. A historia do lugar em que Buscapé vive, sua violência e dos diversos personagens do filme são narrados sob o ponto de vista do garoto.

O realismo foi ao extremo no filme e nos faz despertar sentimentos de revolta e culpa. Mostra-nos uma realidade, que talvez muitas pessoas não gostariam de saber ou de ver.

Um filme com uma ótima narração e um extraordinário elenco. Grande parte do elenco foi escolhido entre garotos quem vivem em favelas no Rio de Janeiro, o que deixou o filme ainda mais real.

A crítica social do filme também é muito verdadeira. Nos mostra uma realidade crua e nos faz olhar por um outro ponto de vista. A violência retratada é bastante chocante, mas chega a um ponto que nos acostumamos a ela, assim como os personagens.

O filme apenas peca na representação da favela, como se a violência e o consumo de drogas acontecesse somente lá. E o resto da sociedade nada tenha a ver com isso. (Vanessa Barbosa Bononi)

notícia - Suspeitas de dengue aumentam com rapidez em Maringá

Os números da dengue em Maringá vêm crescendo rapidamente desde o início do ano. As notificações com suspeitas da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti já passam de 915 em todo o município. Segundo funcionários da Secretaria Municipal de Saúde, 245 casos de dengue já foram confirmados desde o mês de janeiro. Os principais focos de infestação se localizam na Vila Operária, 76 casos, e no Jardim Mandacaru, com 47 casos confirmados.
Mesmo com um intenso trabalho de combate e prevenção nos bairros, novas suspeitas de pacientes contaminados surgem todos os dias. De acordo com a Secretaria de Saúde, durante todo o ano de 2006, ocorreram 96 casos da doença em Maringá. Todos os bairros do município estão sendo inspecionados diariamente por cerca de 130 agentes ambientais e agentes comunitários da saúde em busca de novos focos. Conforme anunciou a Secretaria Municipal de Saúde, ainda não houve nenhum óbito causado pelo mosquito. (Renata Zibetti Favarão)

Artigo - A chatice política

As absurdas falcatruas no cenário político não nos causam mais nojo. Passivos, assistimos tudo e todos como se nada estivesse acontecendo. Estamos cansados dessa coisa chata que é o Brasil, sempre a mesma coisa, com político sendo acusado por carregar dólar na cueca; senador acusado pelo mesmo crime que já foi absolvido há anos atrás, no início da carreira; governador com mansão no exterior; escândalos de prostitutas em reuniões políticas; quebra de sigilo bancário de caseiro; compra de dossiê...tudo isso é muito monótono. É chato. Diante de tal cenário só nos resta protestar contra uma pessoa: o presidente americano. Tanto faz quem é o presidente. Só o fato de ser o presidente já nos revolta e nos deixa enfurecidos.

Engendramos um protesto contra o presidente norte-americano quando o assunto que ele vem tratar no Brasil, o biodisel, é um assunto lucrativo, importante para nós brasileiros e reflete uma mudança histórica na condução da política externa estadunidense.

Mobilizamos seis mil pessoas na cidade de São Paulo para protestar contra a vinda de George Bush. Seis mil. Uns mais exaltados entraram em conflito com a polícia. A festa acabou em balas de borracha, gente ferida e belas imagens que nos remeteram ao nosso clima de ditadura.

Arquitetamos cuidadosamente esse protesto que em todo o Brasil movimentou cerca de vinte e três mil pessoas, mas nós não conseguimos mobilizar cem pessoas para ajudar a custear uma morada digna para uma família carente cujo pai está desempregado. Assistimos o projeto populista barato que é o Bolsa Família endividar o Estado à médio prazo e dizemos adeus à solução ideal para o Nordeste, que é investir em desenvolvimento e na criação de escolas técnicas.

Nós mobilizamos vinte e três mil pessoas –repito: vinte e três mil pessoas- mas não somos capazes o suficiente para juntar meia dúzia de cidadãos e comprar uma cesta básica para presentear outra família, de outros pais desempregados.

É desnecessário citar os casos de corrupção, improbidade administrativa, tráfico de influência, formação de quadrilha, nepotismo, lavagem de dinheiro e peculato que não nos revoltam. Por que não? Por que ainda insistimos nessa coisa infantil que é o anti-americanismo exacerbado e não percebemos os nossos próprios erros históricos? Será tudo isso muito complexo? Será que não tem tanta graça?

A verdade é que aceitamos passivamente a nossa incompetência administrativa, jurídica, cultural e política. É verdade, somos um fracasso. Finalmente, um presidente americano reconhece trinta anos de pesquisa cientifica em cima do biodisel e lá estamos nós, protestando. Empunhando cartazes de Bolívar e Guevara como garotos de oitava série. Os EUA merecem o nosso total respeito. Paulo Salim Maluf pode ser preso se adentrar o território americano. Vamos protestar? (Alexandre Gaioto)