O bailarino e coreógrafo Sergio Oliveira, 43, foi solista do Ballet Teatro Guaíra e se apresentou na Europa e América Latina. Recentemente ele se mudou para Maringá e, aqui, quer formar uma companhia de balé para meninos.
“Maringá é a bola da vez”, comenta Oliveira sobre a grande chance de poder capacitar ótimos profissionais do balé clássico em um curso intensivo, para que no futuro atraia pessoas de fora do Estado e até mesmo do país, interessados nos espetáculos da cidade.
Em entrevista, Sergio Oliveira diz que o preconceito da sociedade afasta o homem do balé. Maringá possui apenas 7 bailarinos espalhados pelas academias, isso faz com que haja uma perda no brilhantismo de se poder assistir, por exemplo, um pas-de-deux (duos mistos). (Amanda Amaral)
Amanda – Quem é Sergio Oliveira?
Sergio - Bailarino, coreógrafo e professor de dança. Danço desde os 14 anos, o que é considerado um pouco tarde para o balé clássico. Sou nascido em Umuarama, mas fui morar em Londrina para fazer o curso de Educação Física da UEL. Perto do pensionato em que eu morava tinha uma academia de dança. E foi lá que eu comecei fazendo jazz. Por causa do preconceito, Fiz um ano de dança sem que minha família soubesse. Mas depois meus professores e colegas me incentivaram a continuar na dança, então parti para o balé.
Amanda – E esse projeto de formar uma Companhia de dança para meninos?
Sérgio – O projeto visa acabar com a idéia dominante que balé é coisa feminina. Temos que começar a mostrar o lado gostoso do homem dançando com a mulher.
Amanda - Você sempre gostou de dançar?
Sergio – Sim. Quando adolescente sempre me trancava no quarto para dançar, participava de campeonatos de dança. A dança sempre esteve em mim, mas eu não podia falar a ninguém sobre essa minha paixão.
Amanda – Como você chegou ao Teatro Guaíra?
Sergio - Com dois anos de dança eu comecei a mandar currículos. E ao mesmo tempo fui aceito no Teatro Guaíra e no Teatro Colombo que fica
Amanda – Por que a escolha de Maringá para esse seu novo projeto de carreira?
Sergio – Primeiro porque minha família é daqui. Depois de deixar o Teatro Guaíra fui para Europa e, quando voltei ao Brasil viajava direto a trabalho. Então resolvi ficar mais perto da minha mãe que já está velhinha. E também, Maringá sendo uma cidade com 300 mil habitantes, ainda não possui nenhuma companhia de dança. A escolha da Academia da Nielice Camargo se deu pelo fato dela ser minha amiga e, sempre me convidava para dançar.
Amanda – E Maringá já tem um público que acompanha espetáculos de Balé?
Sergio – Realmente ainda não tem. Mas a partir do momento que se forma uma companhia de dança de qualidade, forma-se também um público.
Amanda – A preparação de menino e menina é diferente?
Sergio - Sim. Os meninos recebem um outro tipo de técnica e precisam fazer musculação. Mas é interessante terem aulas junto com as meninas.
Amanda – Então que tipo de meninos você está aceitando para a formação dessa Companhia?
Sergio - Meninos a partir de 4 aos 28 anos. Independente de raça, cor ou religião. Quero lembrar que as aulas são gratuitas.
Amanda – Você arriscaria um palpite de tempo para que a cidade comece a ter bons espetáculos e atraia mais pessoas?
Sergio - O grande problema é dinheiro. Tudo vai depender se vamos conseguir algum “paitrocínio” Bons espetáculos na cidade poderá atrair concursos e, consequentemente, reconhecimento.
Um comentário:
Ah, Amanda, muito boa a sua entrevista. Suuuper interessante, ainda mais pra quem gosta do assunto como eu. Parabéns!
Beijos
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