domingo, 18 de março de 2007

Crônica - A dura vida de morar sozinho

Quando completamos 18 anos, parece uma necessidade sairmos da casa dos pais, seja para estudar ou apenas sermos livres. Surge, então, a responsabilidade de nos cuidarmos sozinhos.

Muitos jovens que saem para estudar não se tornam totalmente independentes, pois sempre recebem por trás a ajudinha dos pais, seja no pagamento da mensalidade da faculdade, aluguel ou contas pessoais (que é o meu caso). Mas o gostinho de ter um cantinho só para nós, já faz toda a diferença.

Em muitos casos, há pais que não conseguem ajudar o filho a pagar o estudo e esse jovem tem de arranjar um emprego. Neste caso, torna-se mais responsável consigo mesmo, aprende o que é o esforço para se auto-sustentar e dá mais valor a tudo o que conquista. Esse tipo de responsabilidade faz com que o jovem amadureça mais rapidamente.

Ao contrário, o jovem que sai da casa dos pais só para estudar, não passa por tantas dificuldades, mas não quer dizer que ele também não cresça. Longe da família, é preciso aprender a cozinhar, limpar a casa, lavar a roupa e isso também nos ajuda a amadurecer.

Ao longo da minha adolescência, sempre li artigos e matérias sobre jovens que saíram de casa, pois precisavam ser livres. Eles contavam como era bom estar longe dos pais e não ter de seguir as regras da família, chegar em casa na hora que quisessem e não ter a quem dar satisfação. Eu, então, sempre quis terminar o segundo grau e sair da casa dos meus pais para me tornar livre, ter a minha vida.

Eis-me aqui, agora, com 18 anos, fora da casa dos meus pais, e não é tudo aquilo que eu li, não!

Pode ser que agora eu não siga regras, e digamos, que faça o que eu quero, mas ninguém mencionou nas matérias como é difícil manter uma casa limpa, roupa lavada e passada, que nós sentimos saudades dos pais, ficamos deprimidos sozinhos e que amigos não são iguais a família.

Porém, criamos juízo e aprendemos que vida de adulto não é nada fácil. Daí então, percebemos que viver com os pais não era uma prisão, que eles não são tão chatos como achamos e que todas aquelas brigas, porque chegamos tarde da rua, eram apenas por estarem preocupados conosco e que não valeu tanto a pena todos aqueles gritos “Ah! Eu quero ser independente”. (Ana Cláudia Covo)

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