segunda-feira, 26 de março de 2007

Artigo: O sucesso já pertenceu às gordinhas

Em um contexto baseado, atualmente, em plena tecnologia estética, jamais conseguiremos absorver a idéia de que era das gordinhas que eles (homens) gostavam mais. Num passado, não muito distante, as rechonchudinhas faziam mais sucesso do que as magrelas. Mas existe uma explicação: somente quem tinha poder aquisitivo elevado na época poderia comer bem e quem não tinha era magro. Hoje as coisas se inverteram, pois quem tem dinheiro procura cada vez mais a magreza através de cirurgias plásticas, spas, academias, cremes. Conclui-se, portanto, que o padrão estético pertence à elite.
Onde se encaixa então todo aquele conceito de que para ser feliz basta ser do jeito que somos? Esse tal conceito se esbarra na chamada auto-estima. Será que todas as mulheres se olham no espelho e ficam satisfeitas? Infelizmente não. Uma pesquisa realizada pela marca Dove, com 3.330 mulheres em 10 países revelou que estrondoso 90% delas gostariam de mudar algo no corpo. Seguindo como “objetos de exemplo” as mulheres de TV, de revistas e anúncios com seus cabelos lisos e sedosos, corpo sarado, seios e bumbum empinados e pele de pêssego, as mulheres (meras mortais) se desacostumam em olhar determinadas imperfeições.
Vivemos, praticamente, um período de ditadura da beleza, da juventude e da magreza, em que olhares e desejos se voltam extremamente às aparências. Em que estas, por sua vez, se encaixam em padrões estabelecidos pela própria sociedade. Mas é exatamente tentando submeter-se a esses padrões que as pessoas encontram alguns dos inúmeros problemas da beleza: as polêmicas anorexia, bulimia e a vaidade excessiva.
Felizmente, há controvérsias. Há diversas mulheres que não estão nem um pouco interessadas em se oprimirem às novidades para melhorar a aparência. São elas morenas, brancas, gordas, magras, com cabelo liso, enrolado. Independente de como seja seu físico, elas são felizes pelo que são por dentro. Um bom exemplo disso é Maria S. de Oliveira, 47, que desfila com sua exuberante cabeleira enrolada, que nunca foi apresentada a uma chapinha e a formol. “Tenho muito orgulho do meu cabelo, da minha pele, pois é assim que eu sou”, diz ela de “boca cheia”.
A felicidade, hoje em dia, está dependendo cada vez mais da beleza, da estética, do artificial. Entretanto, fica difícil manter a auto-estima elevada em uma sociedade cravada por padrões. Um pouco de vaidade não faz mal à ninguém, mas é preciso ter bom-senso, pois como dizem “tudo em excesso, prejudica”.
Sou daquelas que ainda acredita que a natureza entende tudo de estética, e que o precisamos, na verdade, é simplesmente respeitar e valorizar as nossas diferenças.
(Mariana Grossi)

Um comentário:

fernanda disse...

... e um dia, todos seremos apenas pó!


Mary, parabéns! Ficou bem legal ;P