domingo, 27 de maio de 2007
Editorial - Tempos nota dez
Mas não só de noticias negativas vive essa edição. Estamos em tempos também de renovação do vestibular, ou pelo menos um projeto (antigo) de renovação. Não sabemos ainda ao certo, em qual parte desse editorial caberia essa notícia. O sistema de adesão a uma Universidade pode ou não melhorar. E assim, como tudo no país tupiniquim, ele pode ou não ser efetivado.
Vivemos tempos também de oportunidades. Nossa reportagem conta que o número de deficientes no mercado de trabalho está aumentando. Estamos em tempos de transição da nossa cultura, que sem duvida tem vez nesse editorial. Tempos em que o underground é a bola da vez. Tempos em que uma banda alternativa lota uma casa noturna de segundo escalão. Banda essa brasileira, mas que bomba no cenário londrino (sim, de Londres, Inglaterra, não Londrina, Paraná).
Mas como não queremos ficar valorizando estrangeirismos, vivemos também tempos de Femucic, tempo esse de valorizar a música cult, a música regional, a música cantada em dialetos fantasiosos, enfim, valorizar o que há de melhor no Brasil. Como no Femucic, a décima edição do blog procura valorizar o povo brasileiro. (Lizandra Cortez Gomes)
Artigo - Sedentarismo versus atividade física e saúde
Devido ao avanço da tecnologia, o consumismo criado pelo estilo de vida moderno, faz com que o ser humano precise pouco ou quase nada de esforço físico para obter meios de sua necessidade. Ir até a padaria da esquina a pé, por exemplo, tornou-se tão raro quanto levantar do sofá (ou de onde for) para mudar o canal da TV. A mesma coisa acontece com o sistema “delivery”, em que o alimento que deseja comer vem até você, basta simplesmente pegar o telefone. Esses confortos da vida moderna acarretam em uma maior substituição das atividades ocupacionais que demandam um determinado gasto calórico.
O computador, por sua vez, é um dos fatores de mudança de comportamento atual das pessoas. Elas ficam horas e horas em frente à máquina. O relacionamento com as demais pessoas ficou virtual, o namoro passou a ser também virtual.
Mas, infelizmente, não dá para imaginar a ausência do computador nos dias de hoje. Ele adquiriu uma importância significativa em determinadas áreas.
A junção de pouca ou nenhuma atividade física com o consumo de alimentos hipercalóricos leva a sérios problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.
A obesidade é um grande problema. Não mais só dos adultos, o número de crianças obesas cresceu muito nos últimos tempos. Segundo a nutricionista Claudia Juzwiak, em um artigo da revista Ana Maria,“entre as causas dessa enfermidade estão a maior exposição dos jovens a alimentos ricos em gordura e açúcares, e o seu estilo de vida sedentário”. Ela completa dizendo que o melhor remédio para isso tudo é a prevenção. “É importante que todos aqueles que convivem com a criança, desde a família até o colégio, participem de forma ativa em sua educação alimentar”, disse a nutricionista.
O artigo ainda traz toques e dicas para melhorar a alimentação da criança, como tomar café da manhã antes de ir à escola (pois isso também ajuda a ter mais concentração nas aulas), levar lanche de casa, permitindo aos pais controlar a qualidade do alimento e, dado com maior importância, a intervenção e principalmente o exemplo de uma boa alimentação vinda da própria família.
Claudia dá dicas para um estilo de vida mais saudável. “Brincar de pega-pega, esconde-esconde e bola é um jeito gostoso de gastar calorias”, diz ela e termina dizendo que “ver TV, além de ser uma atividade sedentária, expõe a criança a comerciais de vários alimentos calóricos, estimulando sua ingestão”. (Mariana Grossi)
Crítica - O monopólio aracnídeo
Peter Parker, ou o Homem-Aranha (Tobey Maguire), estava em um ótimo momento de sua vida. Sua carreira como fotógrafo no jornal estava crescendo, seu namoro com Mary Jane (Kirsten Dunst) estava prestes a virar casamento e o Homem-Aranha era idolatrado por toda a cidade. Os problemas de Parker começam quando Mary Jane, após crises existenciais, se sente incompreendida por ele e Harry Osborn (James Franco) decide se vingar do Homem-Aranha por causa da morte de seu pai. A entrada de Eddie Brock (Topher Grace) no jornal, que tem como objetivo subir na carreira de fotógrafo destruindo a imagem do Homem-Aranha e o surgimento de uma nova admiradora de Parker, agrava ainda mais a situação.
Além disso, Parker entra em contato com uma criatura extraterrestre que desperta o ódio e a sensação de poder nas pessoas. Essa criatura, Venom, através de simbiose se apodera do corpo de seu hospedeiro fazendo com que suas ações não possam ser controladas.
A partir daí, o Homem-Aranha passa a vestir sua roupa preta e Parker a tomar atitudes politicamente incorretas. É simplesmente hilário ver o “nerd” Parker agindo como o novo “garanhão” de Nova York. Entretanto, suas más ações destroem tudo o que ele considera importante em sua vida.
Sugiro às moças que arrastem seus namorados até o cinema para que estes aprendam com a sábia Tia May (Rosemary Harris) como um marido ideal deve ser! O filme está recheado – chegando a exagerar - de frases de efeito e mensagens que exaltam a paz, o amor, a amizade e o perdão. E aí não podemos deixar de citar a participação de Flint Marko, o Homem-Areia (Haden Church), mais um vilão, que ensina Parker a perdoar.
Para os amantes dos quadrinhos, o terceiro filme se torna especial por trazer em cena três vilões em uma única saga, apesar de a história fugir muito da versão original. Além do Homem-Areia e de Harry Osborn, ex-amigo de Peter Parker, o longa traz Venom, um dos vilões mais famosos de Homem-Aranha.
As longas e bem feitas cenas de ação são as responsáveis por tornar este terceiro filme, que tem como slogan “a maior batalha será interna”, o melhor da série até agora – sim, até agora, porque está previsto mais um!
Mesmo sendo um filme divertido e o mais caro já produzido por Hollywood, sinceramente não encontrei muitos motivos, a não ser a busca desenfreada por lucros, para que tantas salas de cinema fossem separadas exclusivamente para ele, chegando inclusive a tirar por um dia o brasileiro “Ó pai, ó” de cartaz em Maringá.
Em Bauru, São Paulo, ônibus decorados com motivos do Homem-Aranha passaram pela cidade levando a população para assistir o longa gratuitamente. Nunca ouvi relatos de isso ter acontecido com filmes nacionais... (Lívia Miranda)
Fotolegenda - Jessier Quirino
Entrevista - Depois de cinco anos na Inglaterra, os paranaenses do Tamborines se apresentam no Brasil
Com influências de bandas como My Bloody Valentine e The Velvet Underground, o resultado não poderia ser outro. A receita para tanto sucesso é uma mistura do rock psicodélico com o rock alternativo britânico, muito bem traduzidos pela guitarra barulhenta e pelos sintetizadores.
A banda surgiu em 2000, na época composta por cinco integrantes, que juntamente com o selo carioca Midsummer Madness lançaram o EP “Dressed Up To Better Feel The Sun”, porém dois anos mais tarde a banda chegava ao fim, ou era o que parecia.
Em 2005 os Tamborines voltaram a atividade com tudo, lançaram dois EPs na Inglaterra, com participações de Frank Teardrop do Brian Jonestown Massacre, e Mark Gardener do Ride, além do produtor Brian O’Shaunghnessy, que já trabalhou com Primal Scream, My Bloody Valentine, entre outros.
Depois de cinco anos no exterior e com um belíssimo currículo na bagagem, os Tamborines voltaram ao Brasil e fizeram quatro apresentações no mês de maio, em Curitiba, Londrina, Maringá e Ribeirão Preto, mostrando que o reconhecimento que eles têm lá fora é, de fato, merecido.
Em entrevista exclusiva, Henrique comenta um pouco mais sobre essas e outras experiências. (por Fernanda Inocente)
Fernanda: O nome da banda, The Tamborines, é uma referência à música “Mr. Tambourine Man”, do Bob Dylan?
Henrique: Na verdade, não. Mas nós adoramos Bob Dylan.
Fernanda: Quando a banda surgiu, era composta por cinco integrantes que faziam um som diferente do que o Tamborines faz hoje. Como era o som de vocês naquela época, e o que levou à mudança?
Henrique: Na época queríamos fazer algo grandioso, como Tindersticks e afins. A banda acabou em 2002, quando o então baterista Renato Tezolin resolveu sair da banda. Quando decidimos voltar a tocar, três anos depois, nós já éramos pessoas diferentes, conseqüentemente o som evoluiu.
Fernanda: Enquanto vocês estavam no Brasil, lançaram o EP "Dressed Up To Better Feel The Sun" pelo selo Midsummer Madness e com distribuição da Candy Records. Qual foi a repercussão desse EP por aqui?
Henrique: Apesar das limitações foi bacana, imagino. Mas nós não fazíamos muitos shows então a coisa se restringiu a pequenos círculos mesmo.
Fernanda: O que levou o Tamborines a se mudar para a Inglaterra? Já tinham alguma proposta de trabalho por lá ou foram tentar a sorte mesmo?
Henrique: Na verdade fomos por outros motivos, profissionais mesmo. Tanto que só começamos os Tamborines por lá em 2005, enquanto outras bandas na mesma situação já entraram com tudo na cena.
Fernanda: Como foi a recepção do público londrino com os Tamborines a princípio? Rolou preconceito com a banda pelo fato de serem brasileiros?
Henrique: Sempre foi muito positiva, estamos em uma posição boa por lá.
Foto: Fernanda Inocente
Fernanda: Na Inglaterra vocês lançaram o single "What Took You So Long/The Great Vision" pela Decadent Records, e recentemente o single ''Sally O'Gannon/Be Around'' pela Sonic Cathedral. Ambos renderam ótimas críticas em diversos meios de comunicação britânicos de respeito. Como vocês se sentem recebendo elogios desses veículos? Essa aceitação por parte do público e da imprensa era esperada?
The Tamborines em sua apresentação no Tribo's Bar, em Maringá.Henrique: Nos sentimos respeitados. Esse reconhecimento é fruto de nossa convicção, do entendimento e honestidade no que fazemos. Quanto a ser esperado, sim. Sempre soube que por lá as coisas seriam diferentes.
Fernanda: No single "Sally O'Gannon/Be Around" vocês contam com a participação especial de Frank Teardrop do Brian Jonestown Massacre, e de Mark Gardener do Ride. Como foi gravar com esses grandes nomes da cena alternativa mundial?
Henrique: Ótimo! Mas uma coisa é preciso ser dita: o single já é clássico sem Mark ou Frank. O fato deles se oferecerem pra tocar no single só mostra que nosso trabalho é sério e de qualidade.
Fernanda: Depois de cinco anos fora do Brasil, como é estar de volta? Como foi para o Rodrigo tocar em Curitiba? E como foi para você e Luciana tocarem em Maringá?
Henrique: Nossa casa é Londres. Mas tocar em Maringá e Curitiba foi muito bom, principalmente por poder rever grandes amigos.
Fernanda: Essa mini-turnê brasileira tinha na agenda apenas quatro shows, sendo três deles no Paraná. Vocês pretendem voltar ao Brasil com uma turnê mais extensa, que percorra mais estados e regiões?
Henrique: Difícil falar. Nós viemos mesmo passar férias no Brasil, se rolar algo mais sério, tocaremos sim. Mas enquanto houver promoters como uns e outros de Londrina, que sempre dão balão, aí a coisa complica.
Fernanda: Voltando para a Inglaterra, quais são os planos para os Tamborines?
Henrique: Continuar nosso trabalho por lá, lançar discos, tocar, enfim...
Para ouvir as músicas e assistir ao clipe de Sally O’Gannon acesse: http://www.myspace.com/thetamborines
NOTÍCIA - VESTIBULAR PODERÁ SOFRER MUDANÇAS
O programa de avaliação seriada consiste na aplicação de exames em três etapas, uma prova ao final de cada série do ensino médio. De acordo com o projeto de lei apresentado pelo senador, o vestibular seriado não irá substituir o processo tradicional, que continuará a existir como parte do processo seletivo das instituições. Inicialmente as mudanças alcançariam apenas as universidades federais, mas que também visariam todas as instituições mantidas pelo poder publico.
O senador pedetista escreveu no projeto de sua autoria, as vantagens da mudança do ponto de vista pedagógico. Dentre elas a redução do nível de tensão imposto aos candidatos, quando comparado ao vestibular tradicional; valorização do conhecimento adquirido logo após a sua assimilação; redução da carga de conteúdo curricular a ser avaliado em cada exame; estímulo ao estudo mais sistemático por parte dos estudantes; estimula a busca de ingresso na universidade a alunos que não pensavam submeter-se ao vestibular; criação de oportunidade, aos estudantes, professores e escolas para corrigir falhas e redirecionar os estudos, a partir dos resultados alcançados.
A coordenadora do colégio Nobel de Maringá, Elenita Giraldeli Sala, afirmou ser grande admiradora do senador Cristovam Buarque, no entanto não considera que as mudanças possam surtir efeitos. “Não muda muita coisa, independentemente do sistema, a preparação é o que importa”.
O professor de história de ensino médio e fundamental do Colégio de Aplicação Pedagógico (CAP), Fernando Américo de Souza Lopes, acredita que a forma tradicional de vestibular não privilegia a interpretação de texto e o conhecimento, mas sim a informação decorada e mastigada. “O sistema atual permite que apenas uma restrita parte da população tenha acesso as universidades publicas”, disse o professor.
Enquanto os professores, educadores e pedagogos discutem os rumos da educação no país, os estudantes apressam-se em estudar toda a matéria, pois, mesmo se as mudanças fossem aprovadas, o próximo vestibular de inverno da UEM (08 a 10/07) será realizado em seu modelo tradicional.
Vanessa de Cássia, 18, estudante do curso extensivo do Colégio Nobel disse não estar informada sobre as possíveis mudanças no vestibular. “Acho que é injusto (vestibular tradicional), deveria ser por análise de currículo”, opina. A estudante Kelly Yurica, 18, concorda com a amiga. “Mas como não podemos fazer nada, só resta estudar”, ressalta. Ambas lutam por uma vaga no curso de medicina, que no próximo vestibular terá concorrência de 181,06 candidatos por vaga. (Ivan Nishi)
Reportagem - Pessoas com deficiência querem espaço no mercado de trabalho
Existe uma lei, no Brasil, que obriga empresas com mais 100 funcionários a contratar um percentual de pessoas com deficiência. Mas o mercado de trabalho, em geral, ainda resiste. Apenas na Agência do Trabalhador de Maringá existem mais de 310 pessoas no programa à espera de uma oportunidade profissional.
Uma das principais dificuldades ainda é o preconceito. Entretanto, segundo a deficiente visual Ana Carmem Dias, especialista em Educação Especial e coordenadora do Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (PPD), da Agência do Trabalhador de Maringá, nem todos candidatos estão aptos às vagas, devido à falta de qualificação profissional.
O PPD tem por objetivo incluir a pessoa com deficiência na sociedade através do trabalho. “O Programa trata-se de uma intermediação entre os empresários e as pessoas com deficiência”, disse Elza Luciano, Supervisora Técnica do PPD. De acordo com um folheto da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), 14% da população de Maringá, percentual correspondente a aproximadamente 45 mil habitantes, são pessoas com algum tipo de deficiência e/ou com mobilidade reduzida.
Segundo a Secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social (SEPT), o PPD foi responsável pela colocação de 2.056 trabalhadores com deficiência no mercado formal paranaense, em 2006. Número que apresenta uma tendência de crescimento nos últimos anos.
PRECONCEITO
Segundo Ana, muitas vezes a falta de emprego para a pessoa com deficiência deve-se principalmente ao preconceito. “Existem aquelas pessoas que não têm escolaridade, qualificação profissional, e consequentemente acaba dificultando entrarem no mercado de trabalho. Mas também existem aquelas pessoas que possuem uma faculdade, são preparadas e estão na lista de espera”, disse. “O preconceito nada mais é do que a falta de informação sobre determinado assunto, que é gerado pelo fato de não haver convivência com a pessoa com deficiência”, ressaltou.
De acordo com Ana, o PPD tem em média 310 pessoas cadastradas, e quando, a pessoa com deficiência deseja se engajar no mercado de trabalho preenche um cadastro de motivação e empreendorismo. “Quando as empresas nos procuram para saber qual é o tipo de vaga que estão disponíveis, analisamos qual seria a pessoa certa para exercer a função que a empresa deseja”, enfatizou. “Se a empresa precisa de uma telefonista, a pessoa com deficiência visual pode perfeitamente ocupar o cargo, assim como também uma pessoa que possui deficiência física ocupar um cargo no setor administrativo”, argumentou.
Ana também disse que o PPD oferece um trabalho de suporte às empresas, no sentido de promover palestras com orientações e informações sobre vários tipos de deficiências para incluir os portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho.
Pedro Malaquia dos Santos é um dos empregados mais velhos da Agência do Trabalhador. Trabalha como atendente há 21 anos. “Sou deficiente físico desde nascença. Só consegui trabalhar quando tinha 28 anos. Meu primeiro emprego foi aqui. Foi muito difícil chegar aonde cheguei. Sempre que ia procurar emprego diziam que a vaga já estava preenchida, outros diziam que era preciso subir escadas, várias desculpas... mas eu sabia que eram mentiras”, afirmou. “Chegava em casa triste e desanimado, pois sempre eram as mesmas respostas. O PPD não vai atender a pessoa com dó. Eles a tratam com capacidade, não deixando ela constrangida.Todos nós somos iguais, não há necessidade de sermos tratados diferentes”.
LEIS
Existem quatro tipos de deficiências: a física, cognitiva (mental), sensorial (auditiva e visual) e a deficiência múltipla (duas ou mais deficiências ao mesmo tempo). Segundo a lei 8.213 de 1991, as empresas com 100 ou mais funcionários são obrigadas a preencher entre 2% a 5% dos seus cargos com pessoas portadoras de deficiência.
De acordo com Patrícia Teixeira, Assessora Jurídica da Promotoria do Meio Ambiente e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, a função da Promotoria é cuidar da parte que envolve denúncia e preconceito contra as pessoas com deficiência. “Nós agimos a partir do momento que um grupo significativo de pessoas com deficiência nos procura por se sentirem de alguma forma prejudicados na empresa, principalmente se forem discriminados”, comentou.
Mônica Thafila, estagiária da Promotoria, disse que a empresa que desrespeita essa lei é indiciada na Agência do Trabalho e responde a um processo. “Não se sabe ao certo a multa que essa empresa terá. É subjetivo. Cada empresa tem uma punição, vai depender das condições financeiras da empresa, o número de funcionários, entre outros fatores”.
Uma pessoa com deficiência, segundo a cartilha do Trabalhador com Deficiência e Mercado de Trabalho, disponível na Agência do Trabalhador de Maringá, é apresentada como aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que geram incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Apesar dessas dificuldades, um deficiente tem tanta capacidade de fazer parte do mercado de trabalho como qualquer outra pessoa. Para que isso seja aceito existem Leis que amparam o deficiente.
O núcleo de Apoio às Necessidades Especiais (Nape), da Delegacia Regional do Trabalho (DRT/PR), auxiliou na inclusão de 289 pessoas com deficiência (PCD) no ano de 2006. Um número que cresceu em relação ao ano anterior.
O descumprimento da lei pode levar os empregadores a pagar uma multa no valor de no mínimo R$ 1.156.83 por funcionário, podendo este valor ser acrescido de 40% de acordo com o porte da empresa. (Fabiane de Souza e Aline Bueno)
domingo, 20 de maio de 2007
Editorial - Maringá completa 60 anos
A cidade atrai turistas de toda parte, pois tem como alguns pontos turísticos a Catedral Nossa Senhora da Glória, com uma arquitetura impar, o Parque do Ingá, com zoológico e reserva florestal e o teatro Calill Haddad no qual se concentra grande parte dos eventos culturais da cidade.
Mas claro que, Maringá não pode ser vista somente pelo lado positivo. Existe um grande fluxo de pessoas vindas da região, pelo fato da cidade ser uma metrópole. Não apenas isso, mas vários outros motivos vêm acarretando no aumento da marginalidade e criminalidade na cidade.
Por que será que uma cidade com tantos méritos está ficando assim? Será reflexo do aumento da população? Ou então Maringá chamou a atenção dos marginais por estar entre as cinco cidades mais tranqüilas de se morar no país?
Todas essas perguntas estão presentes na vida da população que deve estar se questionando, como uma cidade tão jovem e tão prestativa está ficando assim.Por esses motivos, a população deveria se conscientizar em preservar a cidade. Isso não é uma missão impossível. As pessoas podem começar a ajudar cuidando de suas casas, rua, bairro, e claro, incentivando seus filhos a freqüentarem a escola, pois assim eles ficarão mais distantes da marginalidade. Pode parecer uma coisa clichê, mas eles são o futuro do país. ( Thábata Furtado)
Artigo - “O Papa é Pop”
A investigação é geral. Mostra a vida de Frei Galvão que será canonizado e seus milagres, o padre que irá tocar piano para Bento XVI e até a dona de casa que vai apenas assisti-lo pela televisão, pois não tem condições de chegar perto dele, já que há um milhão e meio de brasileiros e estrangeiros esperando pelo Papa há um mês em Aparecida do Norte (SP).
Enfim o Papa chegou ao Brasil, no dia 09 de maio, quarta-feira, exatamente às 16h:02 e todos os canais pararam sua programação para mostrar a tão esperada visita. A Globo, que exibiu o “Visita do Papa”, não perdeu sequer um minuto desde o avião pousando até o Papa descendo e cumprimentando o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, junto com a primeira dama. Muda-se de canal e está lá, na Bandeirantes “Papa Bento XVI acaba de chegar ao Brasil”. Coloca na SBT, Rede Vida, etc e é tudo a mesma coisa.
O dia passa e a grande agitação ainda é o Papa Bento XVI, mas afinal o que o Papa veio fazer ao Brasil? Canonizar o tal Frei? Rezar missa? Conhecer o Brasil?
Realmente a mídia não mostra a verdade. Não mostra que Bento XVI veio ao Brasil não só para canonizar Frei Galvão, veio também para 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe e discutir assuntos tais como: o aborto e pílulas anticoncepcionais dentro do matrimônio. Veio aqui para conversar com os jovens e ver a opinião deles sobre a violência, fé e religião no Brasil. E quem prestou atenção nos jornais viu que o Papa está apenas visitando paises pobres e acredito que o Brasil seja um, já que Bento XVI revelou antes de ir que se preocupa com tanta pobreza neste país.
Não há sequer um jornal que fale dessa Conferência, quer dizer, falar até falam, mas não como deveriam, não se aprofundam nas questões discutidas pelo Papa e pelos bispos. Contam apenas por onde Bento XVI foi em tal dia, fez tal coisa em outro, passeou e conversou com mais não sei quem.
Não mostram como são importantes as questões levantadas nessa Conferência e de como irá influenciar no Brasil e a América Latina. Quando o Papa disse: “deveria ter conhecido a Igreja brasileira antes”, foi aquela agitação. Então a mídia saiu dizendo que o Papa amou o Brasil.
Pode ser que sim, pode ser que não, mas ninguém presta atenção nas outras coisas que o Papa diz, tais como: que o Brasil está sofrendo com a pobreza, que ele não concorda com o sexo por prazer e as pílulas anticoncepcionais dentro do matrimônio, não se aprofundam na questão da fé brasileira e que os brasileiros precisam renovar a vida cristã.
Enfim, será que o jornalismo hoje em dia está querendo mostrar a realidade do Brasil ou está querendo esconder para que não nos preocupemos? Será que ela se preocupa também?Chegou então o dia 14 de maio, segunda-feira, o Papa foi embora e ainda continua a questão: o que o Papa veio fazer ao Brasil mesmo? (Ana Cláudia Covo)
Crítica - “Jarhead – Soldado Anônimo”
Os homens treinados são fuzileiros e são designados a funções como observadores e atiradores. Esses fuzileiros aprendem desde adorar o fuzil de cada um e são até mesmo persuadidos a dizer aos repórteres que estão sendo bem tratados. Mas, na verdade, são cruelmente preparados para enfrentar uma guerra, apanhando de seus superiores e alguns chegam até mesmo a morrer nos treinamentos.
Outro assunto muito enfatizado no filme, é a carência dos fuzileiros. Eles parecem ter a sensação de estarem vivendo outro mundo, outro momento. Isso porque suas famílias continuam a viver normalmente, suas namoradas e esposas se relacionarem com outros homens, não levando em consideração que os fuzileiros ainda estão vivos. Acreditam que eles não sobreviveram a guerra.
A guerra em questão é a Guerra do Golfo, que aconteceu na primeira metade da década de 1990. Uma guerra rápida e sem muitas emoções, onde não há um combate direto entre homens, mas sim os meses em que os soldados passam no Kwait protegendo o petróleo, graças a possessão de Bush, relatando sobre o vazio e a rapidez do conflito. Porque quando você acredita que a ação vai começar, vem o anti-clímax e o filme simplesmente termina.
Diferentes dos filmes produzidos por Sam Mendes, seu primeiro filme de guerra não tem muitas emoções e tem alguns pequenos defeitos como a aparição de um cavalo sozinho em meio ao deserto numa chuva de petróleo. O filme não é dos melhores, mas ainda sim poder ser indicado como uma sugestão de filme regular a ser assistido. (Tânia Caroline Mella)
Fotolegenda - Assoreamento forma ilhas no parque do lago de C. Mourão
Notícia - Filme 100% maringaense
No dia 30 de abril estreou, no Teatro Calil Haddad, o curta-metragem “A Garota da Loja de Livros”, escrito e dirigido por Eliton Oliveira. O filme foi produzido através da Lei Municipal de Incentivo a Cultura, que deu R$ 30 mil para a produção, e de mais alguns patrocínios particulares.
A Garota da loja de Livros é totalmente maringaense, porém, de acordo com o roteirista e diretor, um próximo trabalho na cidade dificilmente terá essa característica, porque são muitas as dificuldades de se produzir um filme aqui. Oliveira diz que Maringá ainda é muito deficientes em diversos aspectos técnicos. “Não temos bons estúdios de som para realizar a gravação de trilha sonora, por exemplo”.
Outra dificuldade encontrada pelo diretor foi arrumar meios de exibir o seu filme. “As dificuldades de exibições estão sendo bastante desanimadoras, principalmente em Maringá, onde eu esperava muito mais”, afirma. Oliveira explica que o curta metragem foi feito para ser exibido em escolas e faculdades, com intenção de proporcionar um debate sobre a produção após a exibição do filme, porém, as instituições com as quais ele entrou em contato não demonstraram interesse.
De acordo com Maria Angélica, diretora de produção do filme, a intenção é exibir o filme também em festivais no Brasil e no exterior, sendo que o curta já foi inscrito em alguns desses eventos. Entretanto,algo que surpreendeu os produtores da “Garota da Loja de Livros”, foi o edital dos filmes selecionados para a quarta edição do Festival de Cinema de Maringá ter excluído o curta. “Devem ter detestado o filme, achado ele uma grande porcaria, só isso pode explicar porque deixaram esse trabalho pioneiro por Lei de Incentivo à Cultura em Maringá, de fora”, lamenta Oliveira.
Andye Iore, jornalista e membro da comissão julgadora da quarta edição do Festival de Cinema de Maringá, explicou que o festival não é um evento apenas para filmes maringaenses, mas um festival nacional que recebe filmes de todas as partes do país. “Não teríamos que selecionar o filme (A Garota da Loja de Livros) só por ser (produto) de lei de incentivo ou por ser maringaense. Há vários aspectos que são avaliados” explica. Segundo Iore , o filme não foi classificado por apresentar problemas com os direitos autorais das músicas utilizadas na trilha sonora. Outros filmes, além da “Garota da Loja de Livros”, apresentaram o mesmo problema, e por isso, também, não foram classificados.
Mesmo com os problemas enfrentados e as dificuldades na hora de exibir seu filme, Oliveira não desanima e já apresenta um novo projeto, segundo ele 10 vezes mais complicado que “A Garota da Loja de Livros”. “Será um longa-metragem, que estou escrevendo, e se chamará ‘Yasmin’”, concluíu Oliveira. (Thiago Soares)
Notícia - Horário da biblioteca gera reclamações
A leitora Nadir Medrado, pela primeira vez que entrou na biblioteca disse ter ficado satisfeita com o atendimento, mas fez uma reclamação relacionada ao horário de funcionamento. Não faz muito tempo, a biblioteca passou a funcionar das dez da manhã às quatro da tarde devido ao corte de funcionários por falta de verba. “Uma cidade com tantos estudantes, conhecida como cidade universitária, deveria ter uma biblioteca disponível por mais tempo”, afirmou Nadir.
A estudante Larissa Yahamada, concorda com Nadir quando o assunto é o horário de funcionamento. “Não tenho reclamações, os funcionários nos atendem bem, mas a biblioteca deveria permanecer mais tempo aberta”, afirmou Larissa.
Segundo Fernanda Mecking, Gerente de Produção de Leitura, o horário de funcionamento voltará a ter uma atendimento das 8h às 18h. Ela explicou que isso é uma questão de tempo, até a contratação de novos funcionários. Outra mudança anunciada por Fernanda é a construção de uma nova biblioteca, mas é algo que ainda na fase de projeto. “Quando foi construída essa estrutura, em 1975, era um dos prédios mais modernos, hoje, a biblioteca está com problemas na estrutura e, também, falta espaço”.
Em busca de leitores
Vários projetos estão sendo desenvolvidos, em Maringá, por pessoas que acreditam em uma melhora de vida através da leitura. Uma destas atividades é coordenada pela Gerente de Produção de Leitura, Fernanda Mecking, nas bibliotecas de Maringá.
O Clube da Leitura é um desses projetos e visa promover o debate sobre uma obra e autor. Mecking comentou que a faixa etária que menos se interessam por leituras vai dos 11 aos 15 anos, por isso os funcionários promovem uma gincana sobre algum livro escolhido. As crianças que não leram a obra e que estão em ritmo de competição, começam a se interessar pela leitura. (Amanda Amaral)
Reportagem - A mais antiga cirurgia de cérebro
Hoje em dia, ela é mais usada em casos de tumores e tratamentos de lesões no crânio e no tratamento de tumores. Através dela é diminuída a pressão intracraniana de uma pessoa que sofre, por exemplo, uma pancada forte na cabeça.
Há sinais de trepanação em cadáveres em todas as partes do mundo. Na Pré-Historia, muitas civilizações usavam essa prática para liberar os pacientes de maus espíritos, mas não tinha nenhum resultado prático. Neste período também havia a possibilidade da realização da trepanação para aliviar a pressão intracraniana, fazendo com que algumas pessoas sobrevivessem mesmo após sofrer fortes pancadas na cabeça. Segundo descobertas arqueológicas, alguns médicos utilizavam esse método para a aplicação de remédios no interior do crânio.
Em setembro de 2003, na ilha grega de Quio, arqueólogos gregos encontraram um túmulo datado de aproximadamente dois mil anos a.C. A surpresa aconteceu quando foi verificado que o homem possuía evidências de uma suposta trepanação.
Na Idade Média, a probabilidade de sobrevivência de alguém que praticava tal método era de 70%, mas depois a taxa caiu para aproximadamente zero, devido aos métodos, que normalmente furavam as meninges dos pacientes, causando uma hemorragia incontrolável. Isso resultou numa diminuição da prática da trepanação.
Através dessas técnicas primitivas, a trepanação pode ser realizada de duas maneiras. Uma forma de se praticar tal ato era fazer a abrasão do osso, ou seja, raspar a cabeça até abrir um buraco no crânio. A outra forma abrir o crânio com o uso de serras para fazer o “terceiro olho”.
Bart Huges: auto-trepanação
O holandês Bart Huges é um nome de bastante destaque na área da trepanação moderna. Ele se formou em medicina, mas não conseguiu passar nas provas para se especializar em psiquiatria. Após um tempo usando mescalina (uma espécie de alucinógeno), constatou que a sensação de consciência ocorria por causa do aumento do volume de sangue no cérebro.
De acordo com os estudos por ele apresentados, ao adquirir a postura ereta o ser humano teve alguns malefícios. O principal foi a redução, pela força da gravidade, de sangue no cérebro, importante na redução da consciência humana.
Huges foi o responsável pelo pensamento de que problemas presentes na sociedade como o estresse, a ansiedade e a depressão poderiam ser evitados caso a caixa craniana fosse expandida. Como solução para esse problema sugeriu o uso da trepanação.
O holandês acreditava que a época que o ser humano possuía uma maior consciência era a infância. Afirmava que, com o passar dos anos e com a carapaça óssea sendo formada, o cérebro passava a ficar enclausurado, impedindo assim que ele pulsasse ao mesmo ritmo do coração.
Ao realizar a trepanação, Huges pensava que poderia adquirir uma consciência mais plena. Chegou a essa conclusão após realizar uma auto–trepanação. A operação durou aproximadamente 45 minutos.
Curiosidades
- Em muitas culturas, a trepanação estava presente em rituais mágicos e religiosos como forma de trazer sorte;
- A placa de osso retirada do crânio servia como um amuleto. Muitos desses amuletos eram feitos com placas do crânio do inimigo;
- A trepanação é considerada antecessora das psicocirurgias, pois se originavam de doenças mentais;
- Em tribos africanas do norte e no Quênia, esse método é ainda muito utilizado para curar feridas de guerra localizadas na cabeça.
- Na Europa, até o Século 18, a trepanação era um procedimento médico comum;
- O Príncipe Philip de Orange foi trepanado 17 vezes pelo seu médico
- Vários médicos nos tempos romanos acreditavam que as placas de osso tiradas do crânio possuíam um valor terapêutico quando dissolvidas e misturadas com uma bebida dada especificamente para doentes portadores de diversas doenças. (J. C. Ortiz Júnior e Mayara Gasparoto Mendes)
domingo, 6 de maio de 2007
Editorial - “Nem tudo está tão ruim que não possa piorar”
Na vida real, onde tudo acontece de verdade e não tem como mudar uma situação: ou a encara ou se foge dela, a fantasia, a magia e o encanto saem de cena e dão lugar ao preconceito, a violência e a corrupção. Aqui (nesse mundinho de meros mortais) nem sempre, para não dizer nunca, o bem prevalece.
A madrasta da Branca de Neve é “substituída” pelo governo, que parece apreciar a miséria e a escassez em que vive seu povo. A maçã envenenada é a falta de oportunidade que é oferecida aos jovens recém-formados; é o desespero de uma mãe que segura seu filho doente nos braços na esperança de obter uma consulta médica no “eficientíssimo” SUS; é a ilusão de um idoso que trabalhou sua vida inteira e agora, quando pretende usufruir de um direito seu valorizando cada pingo de suor derrubado, enfrenta horas e horas de fila do INSS buscando sua aposentadoria.
“É... a vida não está fácil hoje em dia”. É a indagação de milhares de brasileiros. E “sou brasileiro e não desisto nunca”, dá um ânimo absurdamente inútil, como se isso valesse alguma coisa. E então, o brasileiro carregar um fundinho de esperança, pois nem tudo está tão ruim que não possa piorar.
É insubstituível o papel da própria Branca de Neve como sendo da sociedade. Em que ela, assim como a Branca de Neve, submete-se a “exploração”: pagamento de impostos, filas e filas em lugares que mais se tem necessidade, precária condição na educação... na vida.
Será que um dia a população obterá um “Felizes para sempre” assim como a Branca de Neve? Que em sua história “dormiu” após comer uma “maçã envenenada” e tudo continuava acontecendo a sua volta e ela de nada poderia fazer? Até que um dia acorda e vê que tudo pode ser mudado e resolvido? Querendo ou não, gostando ou não, o papel de Branca de Neve realmente cabe a sociedade como uma luva, pois ESTA é a sua realidade.
Quando será que ela vai despertar e fazer alguma coisa que garanta um futuro mais promissor para a vida de seus filhos, netos? Quando será que a paz esteja estampada na cara do Bush, na cara do Rio de Janeiro, na cara do mundo? Será que se tem peito de encarar tantas “bruxas más” que andam soltas por aí? Ou ficarão na ilusão do “Príncipe Encantado” vindo em prol da salvação? (Mariana Grossi)
Critica - Olha isso povo brasileiro
O filme de Monique Gardenberg conta com atores de excelência nacional, como Wagner Moura, Stênio Garcia e o namoradinho do Brasil, Lázaro Ramos. A trama se passa em Salvador, Bahia, durante o último dia de carnaval. Cada personagem tem sua história separada, mas se entrelaçam a todo o momento, pois são vizinhos em um “cortiço” no Pelourinho e também porque aguardam o momento mais esperado: a última noite de carnaval. A sindica do local é o contrário de todos os outros moradores: uma senhora evangélica que odeia o carnaval.
O meu falso moralismo sulista não consegue me inserir na sociedade apresentada no filme. Um motorista de táxi casado e assanhado, que não perdoa nem um travesti; dois meninos que enganam a mãe falando que vão à igreja, mas na verdade saem na cidade aprontando várias malandragens com os turistas; uma mulher que tem uma clínica de aborto em sua casa; e a dona de um bar que dá em cima da própria afilhada são exemplos dos tipos retratados do filme.
Nesse quadro vejo a Bahia como um estado diferenciado pela forma que guarda sua cultura, mesmo, em alguns casos, sendo uma apropriação da indústria do turismo. O filme retrata como o povo baiano faz questão de nunca perder seus costumes. Um exemplo disso é a Baiana, que vende acarajé para sobreviver, a jogadora de búzios Raimunda tem em frente sua janela, uma placa “Jogo búzios, play búzios”, e o personagem representado por Stênio Garcia, Seu Jerônimo, que tem uma loja onde ele vende antiguidades.
Lázaro Ramos, representa Roque, um pintor metido a cantor. O filme mais parece um musical por conta desse personagem. Qualquer movimentação que acontece ao seu redor, ele solta sua voz desafinada e todos os outros personagens dançam a música dele. Principalmente Rosa, a morena sensual que chega do interior e tem relação sexual com Roque em público durante a festa de carnaval.
“Ó pai, ó”, é uma expressão baiana que quer dizer “olha isso”. Nenhum nome seria mais apropriado para o filme. Um “olha isso!”, para a população brasileira. Principalmente, pela experiência que tive no cinema quando fui assisti-lo.
Era domingo à noite, véspera de feriado e o cinema estava lotado. Na sessão das dez horas os filmes em cartaz eram, o nacional aqui citado, e o terror “b”, “A Colheita do Mal”. Claro que optei pelo nacional. Quando adentrei na sala, estava vazia. Dez minutos depois, quando começou o filme, também e 90 minutos depois, quando acabou o filme, somente eu saí da sala vazia.
Lázaro Ramos fez sucesso como Foguinho na novela mingau da Globo, mas não conseguiu competir com uma “Colheita do Mal” para apresentar suas tradições e a cultura de um povo, que apesar de diferente daquele visto aqui, no sul, faz parte do nosso povo brasileiro. (Lizandra Cortez Gomes)
Crítica: Revivendo o passado
Lembro de ouvi-la cantando quando minha mãe colocava na vitrola o LP gravado pela Phillips, aqueles 33 rotações com chiado característico e ia terminar a arrumação da casa, enquanto eu brincava de carrinho pelos corredores, imaginando enormes rodovias tentava cantarolar as músicas em espanhol.
Talvez a argentina Mercedes Sosa que foi uma cantora de grande sucesso nos anos 70 e 80 em toda a América Latina já tenha saído da moda, mas nunca cairá em esquecimento. Pode parecer estranho uma pessoa de 21 anos gostar do estilo de música de Mercedes, mas algumas letras se encaixam perfeitamente ao meu estado de espírito.
Quando encontrei novamente as músicas, toda a memória perdida da minha infância foi ativada. As coisas boas que vivi, voltaram com todo a força. Coisas que nunca achei que voltaria a lembrar e reviver.
Aos domingos quando minha família ia almoçar na casa dos meus avós lembro-me de ver meu avô sempre colocando os discos pra tocar na hora em que todos estavam reunidos a mesa para uma refeição. Eu adorava sempre, pois as músicas eram seguidas de uma calorosa discussão política. E criança mesmo sem entender nada, adora essas falações.
Hoje não é nada difícil me pegar cantando uma musica interpretada por Mercedes enquanto dirijo ou faço coisas cotidianas. Sem falar da voz perfeita, as letras falando sobre política me fazem pensar em todo o contexto histórico, e em tudo que o povo latino americano passou com os regimes ditatoriais.
Semana passada fui fazer uma visitinha rápida nos sebos da cidade em busca de discos de vinil da Mercedes Sosa, não encontrei muita coisa em bom estado. Mas fã é fã, já deixei reservado dois LPs, assim que entrar um dinheirinho volto lá para compra-los.
Sem falar em um DVD gravado na Suíça em 1980, não passo nenhum dia sem assisti-lo. Meus visinhos não devem agüentar mais de tanto que escuto. Só o que posso fazer é me desculpar com eles e tentar diminuir um pouquinho, mais só um pouquinho o volume. (Rodrigo Pessin Chioderolli)
Fotolegenda - Não entre sem ser convidado
Notícia - Leitores de MP3 podem causar danos auditivos
O efeito sonoro de isolamento proporcionado pelos leitores de MP3 - aparelhos que permitem armazenar inúmeras músicas em suporte digital - podem causar sérios danos à audição se forem usados em volume inadequado. O MP3 passou a fazer parte do cotidiano das pessoas e ganhou a simpatia de um público eclético. A nova tecnologia espalhou-se de tal forma fazendo com que, em qualquer lugar que se vá, dentro do ônibus, nas ruas ou em qualquer estabelecimento, é possível observar o grande número de pessoas que usufruem do aparelho.
Segundo o otorrinolaringologista Francisco Herrero Júnior, os aparelhos de MP3, assim como qualquer outro tipo de emissor de som, acabam prejudicando na audição se tiverem exposição prolongada com intensidades sonoras elevadas. De acordo com o profissional, o grau de perda relacionado ao ruído é sempre proporcional à intensidade do som. Quanto mais alto for o volume, maior a probabilidade de ocorrer a perda auditiva.
“Se a pessoa ouve o MP3 muito alto é bom diminuir o tempo de escuta. Se a pessoa ouve em volume baixo, pode-se ouvir em tempo mais prolongado. Pessoas que ouvem o MP3 todos os dias, mas em tempo aceitável, daqui há 40 anos não vai sofrer nenhuma perda de audição. O perigo está no volume excedido”, explicou.
Herrero comentou que as pessoas que ouvem o aparelho durante todo o dia são os principais candidatos a sofrer problemas de audição futuramente. O otorrinolaringologista disse ainda que, pelo fato do MP3 estar pouco tempo no mercado, acaba dificultando os estudos sobre as conseqüências do aparelho.
“As pessoas que trabalham em uma indústria e que ouvem o barulho constantemente de uma máquina, vão demorar entre 5 a 10 anos para começar a ter perda de audição. Como a exposição de MP3 não é durante 8 horas ao dia, como no trabalho, acaba dificultando os estudos, fazendo com que nós comecemos a perceber realmente os danos daqui a alguns anos”, argumentou.
Herrero afirmou que não é pelo fato do aparelho estar próximo ou distante do ouvido que vai aumentar ou diminuir o risco referente aos danos auditivos. “Ouvir MP3 não é diferente de ouvir a televisão, desde que o volume seja compatível. A pessoa deve ter cuidados”, disse. “Ela vai começar a perceber que está sendo afetada pelo aparelho a partir do momento que começar a assistir TV mais alto que todos na casa; quando estiver em um grupo de amigos e não entender o que os outros falam. Por isso é necessário cuidar da audição enquanto há tempo”, finalizou.
Um caso de perda auditiva por sonoridade inadequada, aconteceu com Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest, que perdeu 30% da audição. O problema foi causado em virtude do uso constante do earfone, um fone de ouvido que os músicos usam durante o show para ter o retorno, isto é, ouvir o som que o público está recebendo.
Procura
Mesmo com o surgimento do MP4 - uma extensão não apenas dedicada ao áudio, mas também vídeos e fotos - o MP3 ainda é bastante procurado. “Assim que surgiu o MP3 foi uma febre. Todos queriam o novo aparelho, principalmente os jovens. Mesmo hoje já existindo o MP4, as vendas de MP3 nunca estiveram melhores, e pelo fato de ser um preço popular acaba facilitando a compra daqueles que ainda não têm”, concluiu Marcos Antônio de Oliveira, gerente do Magazine Luiza.
Gabrieli Chaves de Almeida, 13, possui o aparelho desde que saiu no mercado. Segundo ela, quanto mais alto o volume estiver, melhor. “Já estou viciada no MP3. Chego da escola, almoço e fico o resto da tarde com o aparelho no ouvido. Não estou preocupada com os riscos, quero diversão. Ouvir MP3 em volume baixo não tem graça, é ‘palha’”, argumentou.
Verônica Ricken Marques, 16, disse que ouve o aparelho constantemente e se preocupa com os danos auditivos que possa vir a ter. “Eu não me preocupo com o tempo que ouço MP3, mas com a altura”, comentou. “Eu ouço MP3 todos os dias, e me incomoda ver gente que fica escutando em som barulhento. Sem falar que eu não quero ficar surda. Além disso, as pessoas não precisam ficar sabendo a música que eu estou ouvindo”, finalizou. (Fabiane de Souza )
Reportagem - Feriado prolongado interfere na rotina de esportistas
A estudante Mariana Oliveira, 23 anos, costuma correr todos os dias no estádio Willie Davis e ainda fazer academia, mas como mora em outra cidade, aproveitou o feriado para dar uma pausa nos exercícios.
Entretanto, para quem não viaja nesses períodos, caminhar pode servir como distração. A vendedora Lucélia Martins, 38 anos, diz aproveitar essas pequenas férias para se exercitar. “O trabalho toma muito do nosso tempo. Só nas horas vagas posso cuidar de mim mesma.”, conta a vendedora.
Para o aposentado Francisco Medeiros, 58 anos, caminhar melhora seu humor e sua saúde, por isso não abre mão dos esportes nem mesmo durante o feriado. “Gosto de caminhar sempre. Ficar em casa sozinho me deixa triste e acabo não fazendo nada de útil.” Como não gosta de acordar cedo, Medeiros corre no estádio à tarde.
Prejuízo
Algumas pessoas acreditam que uma parada nas atividades físicas, como a de um feriado prolongado, pode ser prejudicial e não voltarão aos exercícios com o mesmo pique. É um mito falso, segundo a instrutora da academia de ginástica da UEM, Lorena Botter.
Botter conta que 60% dos freqüentadores da academia universitária são estudantes, portanto nas férias, ao contrário do que normalmente acontece nas outras academias, há uma queda no movimento. Mas as pessoas precisam continuar com os exercícios durante o período, para que não percam as melhorias físicas que obtiveram.
A instrutora alerta aos “atletas de fim de semana” que para manter a saúde e a forma física, é necessário fazer 45 minutos de atividade, 3 vezes por semana no mínimo. Com esse tempo regular de exercícios é possível ver resultados, como a perda de peso e o enrijecimento muscular.
Nutricionistas afirmam que com uma dieta balanceada e atividades regulares, como caminhadas diárias, a pessoa pode perder o peso e mantê-lo, evitando assim o chamado efeito sanfona, em que há perda e novamente ganho de peso. Além disso, a caminhada, por exemplo, ajuda a aliviar o estresse, fortalece músculos e ossos, diminuindo o risco de osteoporose e melhora a circulação, estabilizando a pressão.
Entretanto, os mais empolgados devem tomar cuidado para não exagerar nos exercícios. O excesso de peso pode causar lesões musculares e corridas feitas sem preparo, danos nas articulações.
A academia da UEM atende de 2ª a 6ª feira, das 6h30 às 24 horas, no Bloco 3. Mais informações pelo ramal 4314. (Lívia Miranda)