domingo, 6 de maio de 2007

Crítica: Revivendo o passado

Nunca me interessei tanto por um cantor ou cantora como está acontecendo agora. Podem pensar que isso é fase ou coisa parecida, ou talvez porque no mês de abril ela visitou o Brasil e fez um show com a Maria Rita, show este que eu queria ter ido, mas sou admirador do trabalho dela e dos compositores cantados por ela há muito tempo. Como os chilenos Violeta Parra e Victor Jara.
Lembro de ouvi-la cantando quando minha mãe colocava na vitrola o LP gravado pela Phillips, aqueles 33 rotações com chiado característico e ia terminar a arrumação da casa, enquanto eu brincava de carrinho pelos corredores, imaginando enormes rodovias tentava cantarolar as músicas em espanhol.
Talvez a argentina Mercedes Sosa que foi uma cantora de grande sucesso nos anos 70 e 80 em toda a América Latina já tenha saído da moda, mas nunca cairá em esquecimento. Pode parecer estranho uma pessoa de 21 anos gostar do estilo de música de Mercedes, mas algumas letras se encaixam perfeitamente ao meu estado de espírito.
Quando encontrei novamente as músicas, toda a memória perdida da minha infância foi ativada. As coisas boas que vivi, voltaram com todo a força. Coisas que nunca achei que voltaria a lembrar e reviver.
Aos domingos quando minha família ia almoçar na casa dos meus avós lembro-me de ver meu avô sempre colocando os discos pra tocar na hora em que todos estavam reunidos a mesa para uma refeição. Eu adorava sempre, pois as músicas eram seguidas de uma calorosa discussão política. E criança mesmo sem entender nada, adora essas falações.
Hoje não é nada difícil me pegar cantando uma musica interpretada por Mercedes enquanto dirijo ou faço coisas cotidianas. Sem falar da voz perfeita, as letras falando sobre política me fazem pensar em todo o contexto histórico, e em tudo que o povo latino americano passou com os regimes ditatoriais.
Semana passada fui fazer uma visitinha rápida nos sebos da cidade em busca de discos de vinil da Mercedes Sosa, não encontrei muita coisa em bom estado. Mas fã é fã, já deixei reservado dois LPs, assim que entrar um dinheirinho volto lá para compra-los.
Sem falar em um DVD gravado na Suíça em 1980, não passo nenhum dia sem assisti-lo. Meus visinhos não devem agüentar mais de tanto que escuto. Só o que posso fazer é me desculpar com eles e tentar diminuir um pouquinho, mais só um pouquinho o volume. (Rodrigo Pessin Chioderolli)

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