A Comissão de Educação do Senado Federal discutiu com técnicos e professores mudanças na forma de acesso às universidades. A reunião do último dia 16 teve como pauta o projeto de lei do senado no 116/06 de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que propõe a substituição da forma atual de ingresso nas universidades federais, do modo tradicional de prova única, para avaliações aplicadas ao longo do ensino médio. Em Maringá, o tema divide opiniões entre os educadores.
O programa de avaliação seriada consiste na aplicação de exames em três etapas, uma prova ao final de cada série do ensino médio. De acordo com o projeto de lei apresentado pelo senador, o vestibular seriado não irá substituir o processo tradicional, que continuará a existir como parte do processo seletivo das instituições. Inicialmente as mudanças alcançariam apenas as universidades federais, mas que também visariam todas as instituições mantidas pelo poder publico.
O senador pedetista escreveu no projeto de sua autoria, as vantagens da mudança do ponto de vista pedagógico. Dentre elas a redução do nível de tensão imposto aos candidatos, quando comparado ao vestibular tradicional; valorização do conhecimento adquirido logo após a sua assimilação; redução da carga de conteúdo curricular a ser avaliado em cada exame; estímulo ao estudo mais sistemático por parte dos estudantes; estimula a busca de ingresso na universidade a alunos que não pensavam submeter-se ao vestibular; criação de oportunidade, aos estudantes, professores e escolas para corrigir falhas e redirecionar os estudos, a partir dos resultados alcançados.
A coordenadora do colégio Nobel de Maringá, Elenita Giraldeli Sala, afirmou ser grande admiradora do senador Cristovam Buarque, no entanto não considera que as mudanças possam surtir efeitos. “Não muda muita coisa, independentemente do sistema, a preparação é o que importa”.
O professor de história de ensino médio e fundamental do Colégio de Aplicação Pedagógico (CAP), Fernando Américo de Souza Lopes, acredita que a forma tradicional de vestibular não privilegia a interpretação de texto e o conhecimento, mas sim a informação decorada e mastigada. “O sistema atual permite que apenas uma restrita parte da população tenha acesso as universidades publicas”, disse o professor.
Enquanto os professores, educadores e pedagogos discutem os rumos da educação no país, os estudantes apressam-se em estudar toda a matéria, pois, mesmo se as mudanças fossem aprovadas, o próximo vestibular de inverno da UEM (08 a 10/07) será realizado em seu modelo tradicional.
Vanessa de Cássia, 18, estudante do curso extensivo do Colégio Nobel disse não estar informada sobre as possíveis mudanças no vestibular. “Acho que é injusto (vestibular tradicional), deveria ser por análise de currículo”, opina. A estudante Kelly Yurica, 18, concorda com a amiga. “Mas como não podemos fazer nada, só resta estudar”, ressalta. Ambas lutam por uma vaga no curso de medicina, que no próximo vestibular terá concorrência de 181,06 candidatos por vaga. (Ivan Nishi)
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