domingo, 27 de maio de 2007

Crítica - O monopólio aracnídeo

Neste mês de maio, o mais recente filme do Homem-Aranha lotou as salas de cinema de todo o Brasil. “Homem-Aranha 3”, um dos filmes mais aguardados do ano, pode ser considerado o melhor da série dirigida por Sam Raimi.
Peter Parker, ou o Homem-Aranha (Tobey Maguire), estava em um ótimo momento de sua vida. Sua carreira como fotógrafo no jornal estava crescendo, seu namoro com Mary Jane (Kirsten Dunst) estava prestes a virar casamento e o Homem-Aranha era idolatrado por toda a cidade. Os problemas de Parker começam quando Mary Jane, após crises existenciais, se sente incompreendida por ele e Harry Osborn (James Franco) decide se vingar do Homem-Aranha por causa da morte de seu pai. A entrada de Eddie Brock (Topher Grace) no jornal, que tem como objetivo subir na carreira de fotógrafo destruindo a imagem do Homem-Aranha e o surgimento de uma nova admiradora de Parker, agrava ainda mais a situação.
Além disso, Parker entra em contato com uma criatura extraterrestre que desperta o ódio e a sensação de poder nas pessoas. Essa criatura, Venom, através de simbiose se apodera do corpo de seu hospedeiro fazendo com que suas ações não possam ser controladas.
A partir daí, o Homem-Aranha passa a vestir sua roupa preta e Parker a tomar atitudes politicamente incorretas. É simplesmente hilário ver o “nerd” Parker agindo como o novo “garanhão” de Nova York. Entretanto, suas más ações destroem tudo o que ele considera importante em sua vida.
Sugiro às moças que arrastem seus namorados até o cinema para que estes aprendam com a sábia Tia May (Rosemary Harris) como um marido ideal deve ser! O filme está recheado – chegando a exagerar - de frases de efeito e mensagens que exaltam a paz, o amor, a amizade e o perdão. E aí não podemos deixar de citar a participação de Flint Marko, o Homem-Areia (Haden Church), mais um vilão, que ensina Parker a perdoar.
Para os amantes dos quadrinhos, o terceiro filme se torna especial por trazer em cena três vilões em uma única saga, apesar de a história fugir muito da versão original. Além do Homem-Areia e de Harry Osborn, ex-amigo de Peter Parker, o longa traz Venom, um dos vilões mais famosos de Homem-Aranha.
As longas e bem feitas cenas de ação são as responsáveis por tornar este terceiro filme, que tem como slogan “a maior batalha será interna”, o melhor da série até agora – sim, até agora, porque está previsto mais um!
Mesmo sendo um filme divertido e o mais caro já produzido por Hollywood, sinceramente não encontrei muitos motivos, a não ser a busca desenfreada por lucros, para que tantas salas de cinema fossem separadas exclusivamente para ele, chegando inclusive a tirar por um dia o brasileiro “Ó pai, ó” de cartaz em Maringá.
Em Bauru, São Paulo, ônibus decorados com motivos do Homem-Aranha passaram pela cidade levando a população para assistir o longa gratuitamente. Nunca ouvi relatos de isso ter acontecido com filmes nacionais... (Lívia Miranda)

Um comentário:

Rodrigo Ghedin disse...

Uma droga esse filme do Homem Aranha. Deturparam não só a história dos quadrinhos, mas a do próprio filme, tão bem orquestrada nos dois primeiros longas. Sam Raimi, que filmou Homem Aranha 3 sob pressão do estúdio, conseguiu estragar a até então imaculada série... Bom, já escrevi tudo o que faz deste o pior de todos, então, fica a dica de leitura ;).

E só para constar, o nome do simbionte não é Venom, é só... simbionte! Venom é a fusão dele com Eddie Brock. Tanto o é que, em outras oportunidades (nos quadrinhos), o simbionte se apodera de outra pessoa, Cletus Kasady, dando origem a outro vilão, o Carnificina.

[]'s!