domingo, 6 de maio de 2007

Notícia - Leitores de MP3 podem causar danos auditivos


A febre proporcionada pelo aparelho é vista em toda parte

O efeito sonoro de isolamento proporcionado pelos leitores de MP3 - aparelhos que permitem armazenar inúmeras músicas em suporte digital - podem causar sérios danos à audição se forem usados em volume inadequado. O MP3 passou a fazer parte do cotidiano das pessoas e ganhou a simpatia de um público eclético. A nova tecnologia espalhou-se de tal forma fazendo com que, em qualquer lugar que se vá, dentro do ônibus, nas ruas ou em qualquer estabelecimento, é possível observar o grande número de pessoas que usufruem do aparelho.
Segundo o otorrinolaringologista Francisco Herrero Júnior, os aparelhos de MP3, assim como qualquer outro tipo de emissor de som, acabam prejudicando na audição se tiverem exposição prolongada com intensidades sonoras elevadas. De acordo com o profissional, o grau de perda relacionado ao ruído é sempre proporcional à intensidade do som. Quanto mais alto for o volume, maior a probabilidade de ocorrer a perda auditiva.
“Se a pessoa ouve o MP3 muito alto é bom diminuir o tempo de escuta. Se a pessoa ouve em volume baixo, pode-se ouvir em tempo mais prolongado. Pessoas que ouvem o MP3 todos os dias, mas em tempo aceitável, daqui há 40 anos não vai sofrer nenhuma perda de audição. O perigo está no volume excedido”, explicou.
Herrero comentou que as pessoas que ouvem o aparelho durante todo o dia são os principais candidatos a sofrer problemas de audição futuramente. O otorrinolaringologista disse ainda que, pelo fato do MP3 estar pouco tempo no mercado, acaba dificultando os estudos sobre as conseqüências do aparelho.
“As pessoas que trabalham em uma indústria e que ouvem o barulho constantemente de uma máquina, vão demorar entre 5 a 10 anos para começar a ter perda de audição. Como a exposição de MP3 não é durante 8 horas ao dia, como no trabalho, acaba dificultando os estudos, fazendo com que nós comecemos a perceber realmente os danos daqui a alguns anos”, argumentou.
Herrero afirmou que não é pelo fato do aparelho estar próximo ou distante do ouvido que vai aumentar ou diminuir o risco referente aos danos auditivos. “Ouvir MP3 não é diferente de ouvir a televisão, desde que o volume seja compatível. A pessoa deve ter cuidados”, disse. “Ela vai começar a perceber que está sendo afetada pelo aparelho a partir do momento que começar a assistir TV mais alto que todos na casa; quando estiver em um grupo de amigos e não entender o que os outros falam. Por isso é necessário cuidar da audição enquanto há tempo”, finalizou.
Um caso de perda auditiva por sonoridade inadequada, aconteceu com Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest, que perdeu 30% da audição. O problema foi causado em virtude do uso constante do earfone, um fone de ouvido que os músicos usam durante o show para ter o retorno, isto é, ouvir o som que o público está recebendo.

Procura
Mesmo com o surgimento do MP4 - uma extensão não apenas dedicada ao áudio, mas também vídeos e fotos - o MP3 ainda é bastante procurado. “Assim que surgiu o MP3 foi uma febre. Todos queriam o novo aparelho, principalmente os jovens. Mesmo hoje já existindo o MP4, as vendas de MP3 nunca estiveram melhores, e pelo fato de ser um preço popular acaba facilitando a compra daqueles que ainda não têm”, concluiu Marcos Antônio de Oliveira, gerente do Magazine Luiza.
Gabrieli Chaves de Almeida, 13, possui o aparelho desde que saiu no mercado. Segundo ela, quanto mais alto o volume estiver, melhor. “Já estou viciada no MP3. Chego da escola, almoço e fico o resto da tarde com o aparelho no ouvido. Não estou preocupada com os riscos, quero diversão. Ouvir MP3 em volume baixo não tem graça, é ‘palha’”, argumentou.
Verônica Ricken Marques, 16, disse que ouve o aparelho constantemente e se preocupa com os danos auditivos que possa vir a ter. “Eu não me preocupo com o tempo que ouço MP3, mas com a altura”, comentou. “Eu ouço MP3 todos os dias, e me incomoda ver gente que fica escutando em som barulhento. Sem falar que eu não quero ficar surda. Além disso, as pessoas não precisam ficar sabendo a música que eu estou ouvindo”, finalizou. (Fabiane de Souza )

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