Os hortifrutigranjeiros da região sofreram com o frio intenso que antecipou os ventos fortes típicos do inverno. Os termômetros chegaram a marcar temperaturas muito mais baixas do que as esperadas para essa época do ano e em muitas cidades houve formação de geada. Entre os meses de maio e junho foram registradas as menores temperaturas do ano.
Os pequenos produtores que trabalham com frutas e hortaliças foram os mais prejudicados pelas baixas temperaturas e, principalmente, pelas geadas. Além de queimar as folhas mais sensíveis, o frio também retarda o crescimento das verduras e prejudica o desenvolvimento de novas plantas.
Boa parte desses produtores conta apenas com a venda dos produtos nas feiras para o sustento da família. “Meu sustento vem disso aí, se der algum problema a gente passa fome. È difícil, mas é assim que funciona”, comentou Luiz Rossato, produtor de Sarandi que trabalha há 16 anos com plantação de verduras. Segundo Rossato, a geada queimou mais de 30% de sua produção. “É um grande prejuízo financeiro. A gente tem um compromisso com as pessoas que freqüentam as feiras em busca de qualidade e assim fica difícil segurar o freguês”, concluiu.
De acordo com Rossato, o melhor é que as temperaturas aumentem logo. “Quanto mais calor, mais frutas e verduras as pessoas consomem. Os primeiros quatro meses do ano são os mais lucrativos justamente porque são os mais quentes. Nos outros meses a gente trabalha para pagar as despesas com a plantação”, concluiu.
Lydia Takana, que comercializa verduras na Feira do Produtor, estima que a temperatura muito baixa tenha afetado cerca de 60% de sua plantação. “A gente sabia de antemão que a previsão era de frio, mas ninguém estava preparado para temperaturas tão baixas. As folhas que não queimaram e se perderam, também não desenvolveram. È uma feira que a gente deixa de fazer”, comentou.
Com a plantação prejudicada, a previsão é de que o preço dos produtos nas feiras aumente devido a pouca oferta.”Tem que vender mais caro porque a procura vai ser maior do que o que estiver à venda. Porque atrasa a produção e o pessoal quer aquela quantia que está acostumado. Tem a procura, mas não tem o produto para comprar”, disse Lydia.
O produtor de Marialva, José Celson Carozo, também perdeu bastante com a geada, mas não arrisca subir o preço de suas verduras. “Perdi uns 2000 pés só de alface americana. Mas não adianta colocar o preço do mercado na feira, pois se colocar não vende. A nossa tabela vem mais alta, só que não se consegue vender naquele preço, aí fica o preço que está mesmo. E no frio as pessoas não consomem muitas verduras”.
De acordo com o feirante Reijiro Fujihara, o que mais fica prejudicado é a folhagem. “As frutas e legumes com casca mais grossa não são tão afetados pela temperatura. A alface é mais sensível e queima com facilidade, principalmente a do tipo americana. O repolho também queima bastante”, comentou Yokiko, que trabalha como ajudante na mesma banca.
(ANA CLÁUDIA COVO E RENATA ZIBETTI)
O frio que prejudicou pequenos produtores hortifrutigranjeiros foi mais intenso no período entre
Produto | Unidade | Preço mais comum em Maringá | ||
20 a 25 de maio | 13 a 17 de junho |
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Almeirão | mç 300 g | 1,00 | 0,60 |
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Couve-manteiga | mç 400 g | 1,00 | 0,66 |
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Rúcula | mç 300 g | 0,83 | 0,66 |
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Agrião | mç 400 g | 1,00 | 0,70 |
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FONTE: SIMA/DERAL - PR
ELABORACAO: DITEC/CEASA/PR
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