domingo, 17 de junho de 2007

Reportagem - Frio causa prejuízos a pequenos agricultores de Maringá

Oferta de hortaliças é menor devido ao frio

Os hortifrutigranjeiros da região sofreram com o frio intenso que antecipou os ventos fortes típicos do inverno. Os termômetros chegaram a marcar temperaturas muito mais baixas do que as esperadas para essa época do ano e em muitas cidades houve formação de geada. Entre os meses de maio e junho foram registradas as menores temperaturas do ano.

Os pequenos produtores que trabalham com frutas e hortaliças foram os mais prejudicados pelas baixas temperaturas e, principalmente, pelas geadas. Além de queimar as folhas mais sensíveis, o frio também retarda o crescimento das verduras e prejudica o desenvolvimento de novas plantas.

Boa parte desses produtores conta apenas com a venda dos produtos nas feiras para o sustento da família. “Meu sustento vem disso aí, se der algum problema a gente passa fome. È difícil, mas é assim que funciona”, comentou Luiz Rossato, produtor de Sarandi que trabalha há 16 anos com plantação de verduras. Segundo Rossato, a geada queimou mais de 30% de sua produção. “É um grande prejuízo financeiro. A gente tem um compromisso com as pessoas que freqüentam as feiras em busca de qualidade e assim fica difícil segurar o freguês”, concluiu.

De acordo com Rossato, o melhor é que as temperaturas aumentem logo. “Quanto mais calor, mais frutas e verduras as pessoas consomem. Os primeiros quatro meses do ano são os mais lucrativos justamente porque são os mais quentes. Nos outros meses a gente trabalha para pagar as despesas com a plantação”, concluiu.

Lydia Takana, que comercializa verduras na Feira do Produtor, estima que a temperatura muito baixa tenha afetado cerca de 60% de sua plantação. “A gente sabia de antemão que a previsão era de frio, mas ninguém estava preparado para temperaturas tão baixas. As folhas que não queimaram e se perderam, também não desenvolveram. È uma feira que a gente deixa de fazer”, comentou.

Com a plantação prejudicada, a previsão é de que o preço dos produtos nas feiras aumente devido a pouca oferta.”Tem que vender mais caro porque a procura vai ser maior do que o que estiver à venda. Porque atrasa a produção e o pessoal quer aquela quantia que está acostumado. Tem a procura, mas não tem o produto para comprar”, disse Lydia.

O produtor de Marialva, José Celson Carozo, também perdeu bastante com a geada, mas não arrisca subir o preço de suas verduras. “Perdi uns 2000 pés só de alface americana. Mas não adianta colocar o preço do mercado na feira, pois se colocar não vende. A nossa tabela vem mais alta, só que não se consegue vender naquele preço, aí fica o preço que está mesmo. E no frio as pessoas não consomem muitas verduras”.

De acordo com o feirante Reijiro Fujihara, o que mais fica prejudicado é a folhagem. “As frutas e legumes com casca mais grossa não são tão afetados pela temperatura. A alface é mais sensível e queima com facilidade, principalmente a do tipo americana. O repolho também queima bastante”, comentou Yokiko, que trabalha como ajudante na mesma banca.

(ANA CLÁUDIA COVO E RENATA ZIBETTI)

Aumentos são significativos

O frio que prejudicou pequenos produtores hortifrutigranjeiros foi mais intenso no período entre 20 a 25 de maio, e fez com que o preço das verduras subisse em praticamente toda a região de Maringá. Com o aumento da temperatura já no início do mês de junho, o preço dos produtos diminuiu consideravelmente.

Produto

Unidade

Preço mais comum em Maringá

20 a 25 de maio

13 a 17 de junho

Almeirão

mç 300 g

1,00

0,60

Couve-manteiga

mç 400 g

1,00

0,66

Rúcula

mç 300 g

0,83

0,66

Agrião

mç 400 g

1,00

0,70

FONTE: SIMA/DERAL - PR
ELABORACAO: DITEC/CEASA/PR

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