domingo, 22 de abril de 2007

Crônica - Acredite se quiser

A praga da dengue está solta. Não posso ver nenhum mosquito a minha volta que logo penso que é o famoso “Aedes”. Quando algum mosquito me pica tenho quase certeza que contraí a doença. Só de lembrar que, de toda a região, Maringá é a líder de focos do inseto, me deixa ainda mais apavorada.

Ontem eu vi quando um mosquitinho me picou, no mesmo instante senti uma moleza pelo corpo, uma zonzeira, uma dor de cabeça tão insuportável que só de imaginar começo a sentir novamente as pontadas. Mas como estava dizendo, todos esses sintomas levaram-me a pensar que se, de fato, eu não teria sido fisgada pelo pequeno e monstruoso inseto da dengue.

Toda aquela preocupação, todo aquele medo de pegar a doença foram me deixando tão paranóica que comecei assustadoramente a olhar para os meus braços e para as minhas pernas a fim de ver se encontrava alguma manchinha vermelha espalhada pelo meu corpo. Para meu alívio, nada encontrei.

Mesmo assim isso não foi o suficiente. Eu tinha certeza que havia contraído a dengue! Mas eu precisava achar algum vestígio daquele inseto horripilante, ele não podia ter feito o crime perfeito, ele havia deixado algum sinal de sua monstruosidade. Foi quando eu coloquei as minhas mãos no rosto e percebi que estava ardendo... Queimando em febre! Corri ao banheiro, peguei o termômetro e ao invés de ficar sentadinha esperando cinco minutinhos o resultado, fiquei andando de um lado para outro. Para falar a verdade andei pela casa inteira, observando cada minuto do relógio.

Quando se completaram 4 minutos e cinqüenta segundos, não pude me conter. Tirei o termômetro debaixo do braço e já o sentia queimando nos meus dedos: 36°C! Mas reagi de tal forma que era como se tivesse com 39°C, quase uma convulsão.

Corri à prateleira, abri vários analgésicos e tomei os mais diversificados comprimidos, a fim de ver se amenizava toda aquela quentura e enfermidade que estava sentindo. Meu coração começou a bater cada vez mais forte, cada vez mais acelerado... Já não sentia meus olhos fixos, dali alguns minutos, apaguei.

Quando voltei à real, já era noite, estava deitada no carpê da sala e toda a minha família jantando na cozinha. Foi quando minha mãe me disse que quando chegou em casa eu estava dormindo e, por mais que me chamassem, eu não acordava. Eu estava anestesiada.

Contei a ela que estava com dengue, por conta disso estava queimando de febre, tomei alguns analgésicos e acabei apagando. Ela simplesmente riu, deu gargalhadas e disse: “Deixa de frescura, menina!”. (Fabiane de Souza)

2 comentários:

Unknown disse...

achei muito legal a sua crônica, além de ser interessante é muito divertida...

Anônimo disse...

Fabiane,
sua crônica está legal porque trata de uma situação que todos nós estamos vivendo. Chamou minha atenção. Parabéns.