terça-feira, 3 de abril de 2007

Notícia - Uso de formol em cosméticos causa polêmica


A morte de Maria Eni da Silva, 30, no dia 22 de março, reascendeu a discussão sobre os perigos do uso de produtos químicos em tratamentos estéticos. Há suspeitas de que Maria tenha sido intoxicada pelo formol que utilizou no cabelo ao fazer uma escova progressiva.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite a concentração de formol em uso cosmética em até 0,2% em alisantes e, até 5%, em esmalte endurecedor de unhas. Segundo a Gerente-Geral de Cosméticos da Agência de Vigilância Sanitária, Josineire Sallum, a concentração de formol permitido pela Agência não tem função de alisante capilar, servindo apenas como conservante do produto.
Mesmo sabendo de todos os riscos para a saúde, o cabeleireiro Caio Tikarashi diz que usava 5% de formol misturado com outros produtos para fazer o tratamento da escova progressiva. Ele afirmou que a preferência pelo formol, mesmo não sendo permitido em altas concentrações, se dá pelo fato de ser o único que alisa realmente os cabelos. “Sempre explicava sobre os riscos do formol para a saúde, mas minhas clientes não se importavam, o fundamental era ter seus cabelos lisos”, ressalta Caio.
Já o cabeleireiro Pedro Quadros, que trabalha há 16 anos na profissão, diz nunca ter usado formol como alisador de cabelos. Ele reconhece a eficácia do produto na hora de deixar os cabelos perfeitamente lisos, mas falou que sempre teve a consciência de que os mais prejudicados são os que aplicam o produto químico, por estarem a todo momento mexendo com esses tipos de substâncias.
A estudante universitária Thabata Furtado, 18, teve seus cabelos alisados pela escova progressiva e disse ter ficado com um pouco de medo quando ela passou mal no salão no momento em que o produto estava sendo aplicado em seu cabelo. “Caiu minha pressão por causa do cheiro forte do formol”, comentou. “Fiquei satisfeita com o resultado, a única coisa que não tinha gostado, é que no começo meu cabelo ficou um liso muito superficial, mas com o tempo foi se arrumando”, afirmou Thabata.
O formol é considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Quando absorvido pelo organismo por inalação e, principalmente, pela exposição prolongada, apresenta como risco o aparecimento de câncer na boca, nas narinas, no pulmão, no sangue e na cabeça. (Amanda Amaral)


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