terça-feira, 3 de abril de 2007

Crítica - Família Palim prepara lançamento


As crises enfrentadas pela maioria das bandas, como troca de integrantes, problemas emocionais e pessoais, não são tão complicadas quanto a que antecede o lançamento do segundo disco.
O medo de decepcionar o público e não fazer um álbum melhor que o primeiro carrega a dúvida: "O que fazer: Continuar com a mesma fórmula do primeiro CD ou surpreender, inovando com um material completamente diferente no segundo disco?".
Esse é o dilema enfrentado pelos maringaenses d´A Sexta Geração da Família Palim do Norte da Turquia, que terminam de compor o novo material no mês que vem. Mesmo assim, os caras mantêm a paz familiar.
A Família Palim conseguiu, em menos de doze meses, o que normalmente as bandas demoram anos para conseguir. Palim é destaque na mídia especializada, tem um público fiel cantando decor todas as músicas, uma agenda de shows sempre movimentada e um clássico primeiro CD.
O primeiro trabalho gravado dos Turcos é uma demo que leva o nome da banda. A gravação "razoável" consegue exprimir a força e a energia punk do cômico quinteto maringaense. A demo foi distribuída gratuitamente nos shows para os amigos e para qualquer um que se interessasse em levar o disco. Nessa distribuição, Hastür Palim, um dos vocalistas e guitarristas, acredita ter distribuído cerca de "uns setecentos discos de
qualidade razoável", contou.
O inesperado sucesso pegou os "irmãos" de surpresa. No show, eles tocam cinco músicas inéditas que já são cantadas e até são pedidas pelo público durante a apresentação. As canções possuem letras engraçadas e até bizarras: "Filho de Filho da Puta, Filho da Puta é!", "Inês", "Mulheres que competem no mercado de trabalho", "Pedro Canalha" e "Padre Quevedo não vai pro céu".
Músicas "chicletes", compostas geralmente por uma única frase, fazem com que o público repita exaustivamente por cerca de três minutos sua letra inteira, ou seja, a mesma única frase. "Por isso a galera decora as nossas músicas", disse Hastür Palim. A clássica "A Burkha" e a inédita "Filho de Filho da Puta, Filho da Puta é!" seguem esse modelo de composição.
Para o músico, o grande desafio não é o dilema que toda banda sofre com o segundo CD. "O problema do segundo CD é a grana (risos). O desafio - de fazer um disco ainda melhor que o primeiro - não é tão grande porque já testamos as novas músicas", explicou Palim.
Do lado pessimista da família, o outro guitarrista e também vocalista, Hassanz Palim, não acredita que o segundo supere o primeiro. Tendo em vista o desafio que vão enfrentar, Hassanz tem a certeza de que o novo trabalho não vai ser tão bom quanto o primeiro.
Agora, só resta esperar para ver se eles agüentam a pressão e preparam o novo material à altura do primeiro, pois, "O papa tem artrite", "Acre! Que porra é essa?", "Fodam-se as cores", "James, o andarilho solitário", "A Burkha", "Sigilo total", "GE" e "Cardoso´s Song", "A Rua Melvin Jones", "Karl Marx não mora mais aqui", "1969" já são clássicos. Será que os turcos dão conta do recado? (Alexandre Gaioto)

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