domingo, 22 de abril de 2007

Entrevista - Clima de Rock´n roll com Relespública


A banda curitibana Relespública, esteve em Maringá no último dia 14 e fez um show no Velvet Bar. Os rapazes do Kicking Bullets, de Maringá, abriram o show fazendo covers de Pixies, Strokes, The Clash, entre outras.

A casa ficou lotada, formando uma fila imensa tanto antes de começar o show, na entrada, quanto na hora de pagar, na saída.

Mas antes de todo esse movimento, logo depois da passagem de som, os curitibanos Moon (baterista), Ricardo (baixista) e Fábio Elias (guitarrista e vocalista) cederam uma entrevista descontraída, contando sobre os 18 anos de carreira do Relespública e também como foi a repercussão do cd ao vivo que gravaram com a MTV pelo "MTV Apresenta" em 2005. Os músicos comentaram também como é dividir o palco com Nasi, vocalista da banda IRA, que vez ou outra deixa sua banda e sai em turnê com o Reles. (por Lizandra Gomes)

Já é a 5ª vez da banda em Maringá, e dessa vez, para a alegria de muitos, sozinhos. Como é tocar com o Nasi?

Fábio- Para o Nasi aquilo é uma diversão, a gente se diverte tocando as músicas do IRA, banda que a gente gosta desde moleque, se inspirou neles. Fazer com o Nasi é uma brincadeira. Ele também brinca com o público, ele se sente mais livre do que no IRA para fazer bagunça, falar besteiras (risos)

Na verdade a Relespública já existe muito antes do Nasi, a gente está aqui hoje na mesma Velvet da outra vez com nosso show, para nós é muito mais especial poder trazer nossas músicas.

Moon- Em alguns lugares, a gente tocava antes do Nasi, todo mundo ficava olhando sem saber o que era. Aqui em Maringá foi o contrário.

Fábio- Acho que é porque quando a gente está com o Nasi, a gente dá um gás para mostrar o nosso trabalho, e pensamos "Que Nasi o caramba, somos o Relespública!". (brinca o vocalista)

Moon- Em muitos lugares, depois que tocávamos com o Nasi, os donos vinham falar "Pô, a música de vocês são legais, a galera conhece".

Fábio- Mas na verdade o Nasi deu a maior força, nos ensinou muita coisa de bastidores.

Vocês voltaram para Maringá três vezes em menos de um ano, isso é reflexo do MTV Apresenta?

Fábio- É ajudou bastante.

Moon- Na verdade a gente voltou pra cá com "Histórias são iguais" no Asterisco. Antes a gente já tinha vindo com o quinteto nosso, há muito tempo atrás, e depois com o "Rock'n Roll Brasil", que foi na UEM.

Isso que você falou mostra o resgate da própria banda, a partir do lançamento do "Histórias são iguais" que foi o que fez a gente chegar no MTV Apresenta.

E quanto as musicas novas?

Fábio- A gente tocou ali na passagem de som "Medo e Delírio", que a gente vai lançar para o próximo disco, que sabe Deus quando sai. (risos)

Moon- A gente vai trabalhar mais ainda o MTV Apresenta. Rolou um ano dele, mas pô é uma conquista gravar esse show ao vivo com o selo da MTV. E as pessoas ainda comentam bastante , a gente ainda chega em cidades e lugares que o pessoal nem sabe que existe, tem muito o que divulgar ainda.Nas cidades que a gente toca mais, Curitiba, Ponta Grossa, já tocamos músicas novas. A gente ta com o disco pronto, só depende da gravadora.

Fábio- A tour da MTV está tão legal, as pessoas estão tendo acesso. Lançar disco é fácil, difícil é as pessoas saberem. (risos)

Vocês vão mais para fora do estado tocar?

Fábio- A gente vai bastante para Santa Catarina, que é um estado bem festeiro, lá a gente toca todo mês.

Moon- São Paulo, e interior de São Paulo também uma vez por mês.

Fábio- O mercado para o Rock, pelo menos para a Reles, é de São Paulo para baixo.

Moon- No ano passado a gente fez uma turnê pelo Nordeste, mas é muito longe.

Ricardo- Só de passagem dá R$ 2.500 pra cada um.

Fábio- Ai tem que viajar sem equipe, sem técnico, ai é melhor não ir.

E no Paraná, quais cidades vocês tocam com mais freqüência, fora Curitiba?

Fábio- Ponta Grossa, Londrina a gente já foi bastante, Maringá é a quinta vez, Foz do Iguaçu, umas três, Pato Branco também. Tem muita cidade que a gente não foi ainda.

E falando nisso, vocês têm 18 anos de carreira, e vieram para Maringá 5 vezes apenas. Porque não vinham antes com a mesma freqüência?

Fábio- Por causa do lance de fazer música própria, de fazer Rock'n Roll cantado em português. Na época que era o grunge que imperava, se não cantasse igual Nirvana tava perdido, era o patinho feio.

A gente fazia Rock nacional numa época que ninguém falava de rock nacional, ninguém cantava em português. Ou eram bandas grunge, sendo bem estereotipado, ou eram bandas covers. Na época era discriminado mesmo, não como é hoje que tem uma visibilidade bem maior. Esse som que a gente faz ta em voga. Principalmente depois do Strokes. Acho que é devido mais a isso, à moda, às tendências.

E a banda já enfrentou alguma coisa bizarra?

Fábio- Em show sempre tem um louco que sobe no palco, quer cantar e canta tudo errado. (risos)

E em Maringá alguma coisa marcante?

Fábio- Aqui sempre foi legal, o público comparece. Teve aquele no Fábrica de Rock...

Moon- Nooooooooossa, aquele foi muito legal!

Fábio- A galera não deixava a gente parar de tocar. O lugar era pequeno, todo mundo espremido ali. Mas um clima sensacional, Rock'n Roll demais.

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