Além de ser um órgão representante dos estudantes universitários, a União Nacional dos Estudantes (UNE) é uma grande organização da sociedade brasileira. Ela foi fundada em 1937 e começou a funcionar no prédio da Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro. O gaúcho Valdir Ramos Borges foi eleito o primeiro presidente oficial da UNE. Em fevereiro de 1942, o presidente Getúlio Vargas institucionalizou a UNE como entidade representativa dos universitários brasileiros.
A partir de 1947, iniciou-se a fase de hegemonia socialista na UNE, que foi até 1950. Nesse período, a entidade liderou campanhas nacionais contra a alta do custo de vida e em prol da indústria siderúrgica nacional e do monopólio estatal do petróleo. Ao longo de seus quase 70 anos, a UNE marcou presença nos principais acontecimentos políticos, sociais e culturais do Brasil. Como o movimento “Diretas já” de 1984, que teve como participação fundamental os estudantes e os políticos e as sucessivas manifestações nas ruas contra a corrupção no governo em 1992, que deu início ao movimento de estudantes chamado Caras Pintadas, que resultou no Impeachment do então Presidente da República, Fernando Collor de Melo.
Mas a entidade mudou e hoje chega a ser contestada por muitos estudantes devido à posição clara que tomou em favor do Governo Lula. Porém, a diretora da União Paranaense dos estudantes (UPE), Mayara Pulga Wenclav, 18 anos, estudante do segundo ano de direito da Faculdades Maringá, acredita que a entidade continua forte e diz que é importante para o país. "A UNE é a única entidade nacional que representa os estudantes, todo estudante universitário é um participante".
Segundo Wenclav, mesmo com todos os abalos e a descrença por parte de muitos, a UNE continua empenhada em se fortalecer como instituição. A tentativa pela posse de um terreno localizado na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, é uma das lutas atuais da entidade. Os estudantes invadiram o prédio - que estava ocupado por um estacionamento irregular - no dia 1º de fevereiro e montaram um acampamento para garantir sua reocupação. "A UNE ainda não tem a posse do terreno, mais tudo indica que isso vai acontecer, pois os estudantes já reconstruíram sua sede e não vão sair de lá", esclareceu.
A maior crítica ao modelo atual da UNE é a sua relação com o atual Governo Federal. Conhecida por 'incomodar' governos passados com inúmeras reivindicações, a entidade é acusada hoje de ser complacente demais com o governo de Luís Inácio Lula da Silva. Mesmo a entidade tendo optado pela neutralidade na última eleição, ficou claro de qual lado estava.
" Nesta última eleição a UNE decidiu ser neutra, mas com o segundo turno entre Lula e Alckmin, acabou se posicionando a favor do Lula, pois desde o Golpe Militar de 1964, foi quem mais deu atenção à União Nacional dos Estudantes”, admite Wenclav, que completa: “no governo Lula a UNE tem mais condições de participar de decisões importantes”.
Bienais são os maiores eventos da UNE na atualidade
Visando a incentivar as atividades culturais entre os jovens, a UNE lançou em
Com o tema "Brasil-África, um Rio chamado Atlântico", a 5ª Bienal realizada este ano, entre os meses de janeiro e fevereiro, fez uma reflexão sobre a formação da cultura popular brasileira. O objetivo era colocar em destaque a influência da cultura e dos costumes africanos na composição do Brasil de hoje. A escolha do tema fez alusão ao clássico livro "Um Rio Chamado Atlântico", do ex-presidente da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva. Ele afirma que o esqueleto do povo brasileiro é português, o sistema nervoso é africano e o sistema reprodutivo é ameríndio. Para o escritor e diplomata, o fato mais importante da história brasileira é a escravidão. "Ser escravo era um castigo. O Brasil nunca quis ter um herói nacional, mas se tivesse um, seria o escravo" afirmou Costa e Silva em entrevista ao site EstudanteNet.
.Mais informações sobre a Bienal e o regulamento do evento, podem ser obtidas no site www.une.gov.br.
A polêmica da meia entrada
Com o fechamento das entidades estudantis, após o golpe militar, iniciou-se no país um processo de descaracterização da meia-entrada, direito que a UNE havia conseguido na década de 40. As carteirinhas, que antes eram emitidas somente pela UNE e pela UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) , passaram a ser produzidas e comercializadas pelas próprias escolas e cursinhos. Na década de 80 era comum encontrar carteirinhas sendo vendidas em praça pública, sem qualquer controle. Com a renovação das entidades, o benefício da meia-entrada foi restabelecido e as carteirinhas passaram a ser emitidas com maior segurança pela UNE e a UBES. Mas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso a Medida Provisória 2.208/01 devolveu o direito das escolas, cursos, agremiações e entidades estudantis de produzir a carteira de estudante sem nenhuma fiscalização das duas entidades.
Desta forma, as 'empresas de carteirinhas' voltaram a agir. Sem nenhum compromisso com a credibilidade da identificação estudantil e visando apenas o lucro. Por isso, hoje, a meia-entrada é a grande 'dor de cabeça' dos produtores de eventos, que buscam desacreditá-la ou até mesmo aumentar o preço dos ingressos para evitar prejuízos causados pelo uso de carteirinhas ilegais.
Um comentário:
matéria das alunas:
*Joyce Camanho e Natuza Oliveira*
q beleza hein...sai a reportagem e não sai o nome de quem fez...
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