domingo, 22 de abril de 2007

Notícia - Programa de computador simula efeitos de drogas

A nova febre entre os internautas é um software chamado I-Doser, que, através de batidas sonoras, altera a freqüência das ondas cerebrais e proporciona sensações similares a de diversas drogas, como a maconha, cocaína, heroína, ópio, entre outras.

O programa, desenvolvido pela I-Doser Labs, oferece aos seus usuários “doses virtuais” dessas drogas, que na realidade são sons binaurais, que sincronizam as ondas do cérebro em uma determinada freqüência, causando o efeito da “droga” escolhida.

As batidas binaurais são o resultado de dois sons em freqüências similares que, juntas, criam um terceiro som, com uma freqüência intermediária, que pode alterar o estado da mente, causar euforia, sonolência, relaxamento, alucinações e outras sensações provocadas pelas drogas.

Para que o efeito da droga seja alcançado com êxito, o site do software (www.i-doser.com) recomenda que a pessoa esteja relaxada ao utilizar o programa, de preferência deitada, com os olhos fechado e com um bom par de fones de ouvido.

Fernando Damasceno, 23, estudante de engenharia química, conta que experimentou a dose virtual de mescalina e se surpreendeu. “No começo não achei que iria dar certo, fiquei deitado na minha cama uns 20 minutos ouvindo aquele som e nada acontecia. Mas depois de um tempo comecei a ficar com os pensamentos confusos, fiquei meio lerdo. Realmente funciona”, afirma o estudante.

O aluno de publicidade e propaganda, Lucas Maffini, 19, disse que não sentiu nada ao utilizar a mescalina via I-Doser. “Acho que isso vai de pessoa pra pessoa. Eu usei as doses de mescalina, ópio, maconha e morfina, a única que funcionou foi a de morfina. Senti meus braços formigando e minha cabeça pesando para trás”.

As conseqüências que o I-Doser pode causar em seus usuários, se é que elas existem, ainda são desconhecidas, todavia, alguns médicos desaconselham o uso do programa. Em uma declaração ao Portal de Notícias da Globo (G1), Dartiu Xavier da Silveira, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) especializado no tratamento de dependências, não nega o fato de que o uso I-Doser é uma alternativa menos lesiva que a droga química, no entanto afirma que não é um ato saudável, afinal, manipula a mente do usuário. Ainda segundo Silveira, é possível que mensagens subliminares sejam passadas aos usuários do software sem que eles se dêem conta disso.

A “droga virtual” está disponível para download gratuitamente no site da empresa e vem com 2 doses experimentais que só podem ser utilizadas uma única vez. Para repetir a experiência, o usuário deve então comprar pacotes que variam de preços de acordo com as drogas, porém, alguns sites da internet já disponibilizam doses gratuitas e ilimitadas. (Fernanda Inocente)

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