Vasculhando sebos na intenção de escrever uma matéria sobre discos de vinis, acabei achando cerca de 500 discos enfileirados no chão. Em cima deles, uma folha de caderno escolar rabiscada a caneta dizia: 5 LPs por 3 reais. Com esse preço tentador e esse menosprezo por parte dos funcionários do sebo, me senti na obrigação de procurar alguma coisa.
No meio da discografia inteira de Ivan Lins e também da Rita Lee, achei finalmente um disco que eu gostasse. Coloquei debaixo do braço e fui saindo para pagar. Inocente. Não podia levar apenas um, precisava escolher mais quatro discos, afinal, eram 5 discos por 3 reais.
Uma das tarefas mais difíceis da minha vida. Escolher mais quatro discos naquela seção imensa, da qual, mais da metade era da nossa querida Xuxa, a rainha dos baixinhos.
Procurei bastante e acabei aprendendo os truques da busca: Quando a capa for azul, provavelmente é algum disco da Gal Costa em que ela se encontra seminua em alguma posição sexy. Quando a capa for branca é algum Roberto Carlos da década de 80, com um olhar tentador, querendo ser levado para casa. Se for coloridinho é Xuxa, sem erro.
Demorei mais de duas horas procurando alguma coisa que prestasse. São poucos que prestam. Em meio aos maiores fracassos da carreira de grandes artistas renomados, em meio às coletâneas religiosas e outras infantis, consegui achar alguns discos que por falta de procura se encontravam ali.
Achei também álbuns de artistas jamais consagrados na música nacional, como a dupla sertaneja: Grego & Gringo, formada por dois albinos, ou a Beltram & Beltrão. Maravilhas musicais perdidas no acervo empoeirado.
Não deixei escapar nada! Acabei saindo com 10 discos. Muitos deles me arrependi depois. Mas, como diziam os adesivos já desgastados devido ao tempo, e que insistem em permanecer grudados nas capas por décadas e décadas, adesivos que quando você tenta retirar, rasga e estraga: “Disco é cultura”. (Thiago Soares)
Um comentário:
e viva os vinis!
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